Reportagem

Angola Criativa: uma visão em movimento

Omar Prata

No terceiro e último dia do Workshop Nacional sobre Mapeamento e Estratégia das Indústrias Culturais e Criativas de Angola (ICC's), ficou em evidência, na quarta-feira, nas palavras do director da "Art sem Letra", Kiaco Zambo, que Angola Criativa necessita de mais do que uma sala para realizar um evento desta dimensão.

02/02/2023  Última atualização 00H11
© Fotografia por: Página de Facebook da União Europeia em Angola
O certame organizado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED), em parceria com a União Europeia, permitiu ao sector público e privado, incluindo os artistas, os produtores, os criadores, os directores e os empresários, que participam directa ou indirectamente, com as ICC's reflectirem sobre os caminhos para um país criativo, através de um exercício de fruição, recolha de dados e partilha colectiva. 

Da oficina intelectual saíram ideias como a criação de um programa de sensibilização contínua para a formação dos criadores", de "um Fórum Nacional de Indústrias Culturais Criativas", de "uma plataforma para catalogar os produtores e criadores", "o melhoramento das condições existentes", "o incentivo para a promoção da exportação de criações através da redução de taxas, da catalogação" e do "cadastramento de todos os intervenientes". 

Ficou, igualmente, decidido que haverá um encontro mensal que envolverá os participantes e que servirá para abordar a Internacionalização da Marca "Angola Criativa", tal como de dar a conhecer quem são os parceiros da CNUCED e a ajudar à promoção e à divulgação das ICC's no domínio do turismo criativo. 

Crítica Construtiva

O ambiente da conferência propiciou a crítica construtiva, a junção de esforços para a discussão de propostas, de recomendações e de pontos que podem ser explorados para ajudar a formar, a capacitar e a dotar os presentes com um leque de soluções que venham a contribuir para a realidade local. 

Para Kiaco Zambo, da "Art sem Letra Agência Criativa", o número de participantes não se deve limitar a uma sala como esta. 

Acrescentou: "Angola não é só Mutamba, é muito mais do que isso", sublinhando que é necessário que sejam os nacionais a elaborar iniciativas do género, em vez de "esperarmos que a União Europeia apareça e faça algo". 

Nesse sentido, a directora-geral adjunta para a Área Técnica do Instituto Angolano da Propriedade Industrial, Carla Carvalho, lançou um repto aos fazedores de arte para que se preocupem mais com a  imagem, uma vez que "existem uma série de modalidades industriais que façam valer a vossa marca". 

Por sua vez, o gestor de Propriedade Intelectual, Igor Chaves, aproveitou a deixa e deu a conhecer a realidade da área, na qual é especialista, composta por "patentes, marcas, design, modelos e os direitos autorais". 

Por fim, o Presidente da Comissão da Carteira Profissional do Artista, Maneco Vieira Dias, mostrou-se satisfeito pelo facto de poder tratar de determinados assuntos com várias gerações de artistas, onde foi possível concluir que "o sector cultural pode e produz bastantes conteúdos e emprega muita gente".

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