Política

Angola continua alinhada com as metas da Zona de Comércio Livre em África

António Gaspar |

Jornalista

O secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas, Domingos Custódio Vieira Lopes, assegurou, quinta-feira, em Luanda, que Angola está alinhada, através da agenda política nacional, promovida pelo Presidente da República, João Lourenço, com as metas preconizadas pela Zona de Comércio Livre em África.

26/05/2023  Última atualização 09H43
Secretário de Estado Domingos Vieira Lopes nas celebrações do 25 de Maio © Fotografia por: Francisco Lopes|Edições Novembro
Durante a celebração alusiva ao Dia 25 de Maio, que teve como lema " Aceleração da Implementação do Acordo da Zona de Comércio Livre Continental”, Domingos Custódio Vieira Lopes, que representou o ministro das Relações Exteriores, Téte António, destacou o papel da indústria e o aumento da produção nacional, por via dos planos prioritários, nomeadamente a aposta nas infra-estruturas energéticas e de apoio do comércio, incluindo a construção e reabilitação de estradas, caminhos-de-ferro e aeroportos, que visam melhorar a circulação de pessoas e bens.

Neste quesito, Domingos Custódio Vieira Lopes referiu que o comércio livre de África tem o firme desejo de impulsionar o negócio infra-africano, criando oportunidades comercialmente significativas para o sector privado, particularmente, as pequenas e médias empresas lideradas por mulheres e jovens africanos.

No entanto, sublinhou ser necessário ter uma forte colaboração entre todos os órgãos e agências especializadas da União Africana (UA) e comunidades económicas regionais, no sentido de alavancar as instituições financeiras para o desenvolvimento africano.

"A Zona de Comércio Livre Continental Africana é um instrumento a ser utilizado pela União Africana para beneficiar África e responder adequadamente aos desafios enfrentados pelo nosso continente”, salientou o secretário de Estado para a Coope- ração Internacional e Comunidades Angolanas.

Na ocasião, Domingos Custódio Vieira Lopes lamentou o facto de o continente registar ainda divergências entre países, desejando o termo dos conflitos para que se proporcionem novas perspectivas de vida à população.

 

Josefa Sacko

A comissária da União Africana (UA) para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, Josefa Correia Sacko, disse que a plataforma do comércio livre africano representa um instrumento de cooperação que permite aos países africanos resolverem os seus próprios problemas comerciais.

"Estamos satisfeitos porque hoje não podemos trabalhar isoladamente. Temos de trabalhar todos juntos para podermos atingir a nossa agenda 2063, que tem como principal objectivo desenvolver o crescimento económico do continente africano”, referiu.

A diplomata, que interveio na celebração alusiva ao Dia 25 de Maio, sobre a aceleração da implementação do Acordo da Zona de Comércio Livre Continental, recordou que, desde 1990, houve muita mutação que, em termos de organizações, desapareceram, ao passo que as organizações africanas, mesmo com problemas financeiros, continuaram a existir. Isso, segundo Josefa Correia Sacko, demonstra uma forte vontade política na região.

A representante angolana na União africana (UA) realçou que os desafios em África são enormes, porém, podem ser ultrapassados se a vontade for a mesma.

Comércio livre permite responder aos desafios

O embaixador extraordinário do Gabão em Angola, Namb Wezet Guy, presente nas celebrações do Dia de África, afirmou que a Zona de Comércio Livre Africano vai permitir

responder a certos desafios que o continente enfrenta, nomeadamente a fraqueza do comércio intra-africano e a insegurança alimentar.

"Apesar dos progressos registados,  há que reconhecer que existem ainda muitos obstáculos da integração do continente africano nos grandes palcos. Portanto, estes obstáculos incluem questões de paz e segurança. Sabemos que paz e estabilidade são sem dúvidas factores importantes para o desenvolvimento do continente”, destacou.

Namb Wezet Guy realçou que África possui muitos recursos naturais e talentos que lhe podem permitir enfrentar desafios, mas que  isso só vai ser  possível se os países se mantiverem unidos e solidários.

Por último, salientou que a criação da Organização da Unidade Africana (OUA), fundada a 25 de Maio de 1963, em Addis Abeba, contribuiu para colocar a África no lugar de direito e no concerto das nações, com muitas realizações, incluindo a libertação completa dos países do jugo colonial, o que permitiu a emancipação dos territórios dominados.

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