"Tratámo-nos sempre bem, mas não tínhamos relações formais”, referiu o ministro das Relações Exteriores, Téte António, que assinou o documento, juntamente com o homólogo da Guatemala, Mário Adolfo, à margem dos trabalhos da 78ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, cujos trabalhos encerram no próximo dia 26.

O ministro Téte António afirmou que Guatemala é um país conhecido pelas potencialidades produtivas, sobretudo em termos agrícolas, salientando, por isso, a urgência de os dois países estabelecerem relações.

O chefe da diplomacia angolana também rubricou, ontem, na sede da ONU, com o homólogo da República Dominicana, Roberto Alvarez, o Acordo de Cooperação Económica.

"Não tínhamos com a República Dominicana um instrumento principal que pudesse fomentar as relações bilaterais em termos de cooperação económica”, afirmou Téte António, realçando que "era preciso preencher este vazio”.

Com a República Dominicana foram  assinados acordos  relativos à supressão de vistos em passaportes diplomáticos e de serviço, e entre as academias diplomáticas dos dois países.

Téte António justificou a assinatura dos acordos com a República Dominicana por considerar "chave” o país do Caribe, não só em termos geográficos, mas também por ser detentor de uma economia vibrante.

"Considero a República Dominicana um país chave, não só por estar geograficamente numa posição privilegiada, mas, também, pela vibrante economia e visibilidade que possui no mundo”, declarou Téte António,  acrescentando que "era preciso diversificar a nossa cooperação nas Caraíbas”.

O ministro disse, a propósito, que os resultados dos acordos, quer com a Guatemala, quer com a República Dominicana, têm vantagens recíprocas.

"Cada um dos países precisa da experiência do outro”, referiu, apontando como exemplo o  Suriname,  país da América do Sul, que se tem mostrado "muito interessado” na busca da experiência de Angola no domínio da exploração petrolífera.

O ministro das Relações Exteriores sublinhou o desejo de Angola diversificar relações com vários países da América Latina, salientando o mesmo com os das Caraíbas, aproveitando a presidência angolana da Organização dos Estados da África, Caraíbas e Pacífico (OEACP).

"A presidência da OEACP aumentou a visibilidade do país nas Caraíbas, que possui uma população irmã, tendo em conta a sua descendência africana”, afirmou o ministro Téte António, que se manifestou, também, preocupado com a situação de instabilidade no Haiti, um país com uma população de descendência africana, que jogou um "papel histórico” na sua libertação e que impactou na libertação do continente africano.

Agenda do Chefe de Estado visou a defesa dos interesses do país

O ministro das Relações Exteriores disse, a propósito, que a agenda diplomática desenvolvida nos últimos dias pelo Presidente da República, João Lourenço, em Nova Iorque, representou a defesa dos interesses dos angolanos ao mais alto nível.

Téte António apontou, como exemplo, a participação do Chefe de Estado nas várias reuniões de Alto Nível, no Debate Geral da 78ª Cimeira das Nações Unidas, assim como nos encontros com os  homólogos e representantes de  organizações internacionais, com destaque para o que manteve com o Secretário-Geral da ONU, António Guterres.

O chefe da diplomacia angolana destacou, ainda, as "excelentes” relações de cooperação de Angola com a ONU, sobretudo, em termos da missão de manutenção da paz na Região dos Grandes Lagos  e na África  Austral.