Cultura

Anabela Aya canta hoje em Lisboa

A angolana Anabela Aya é uma das oito cantoras que vão levar ao Centro Cultural de Belém, hoje, “a civilização lusófona que [as] liga”, no concerto “Mulheres da Lusofonia”, disse Ana Laíns, uma das intérpretes, à agência Lusa.

15/05/2024  Última atualização 07H23
Cantora angolana actua no concerto “Mulheres da Lusofonia” © Fotografia por: Luís Damião | Edições Novembro

Ana Laíns está, aliás, na origem desta ideia, disse à Lusa a brasileira Fafá de Belém, outra das intérpretes.

"Isto começou quando a Ana [Laíns] me convidou para participar [em 2018] nas Festas do Mar e conheci-a, pessoalmente, e também a [guineense] Karyna Gomes, que me apareceu como se fosse uma entidade”, disse Fafá de Belém, referindo que a ideia começou logo a germinar.

"A ideia é cantar a voz da mulher na língua portuguesa”, declarou Fafá de Belém.

Além de Anabela Aya (Angola), Ana Laíns (Portugal), Fafá de Belém (Brasil) e Karyna Gomes (Guiné-Bassau), o projecto conta com Anastácia Carvalho (São Tomé e Príncipe), Lura (Cabo Verde), Piki Pereira (Timor-Leste) e Selma Uamusse (Moçambique).

Cada uma das cantoras interpreta dois temas do seu repertório, e vão também "homenagear, de alguma forma, mulheres que foram muito importantes na expansão da língua portuguesa, como Amália Rodrigues e Cesária Évora”.

Assim, "todas juntas, interpretamos dois temas, ‘Tanto Mar’, de Chico Buarque e esse hino à mulher empoderada, que luta pela sua própria vida, e ‘Maria, Maria’, de Milton Nascimento”, disse Ana Laíns, que assume a curadoria e produção executiva do espectáculo, apoiado, entre outras entidades, pela Fundação Guimarães Rosa, do Brasil.

As cantoras serão acompanhadas por um ensemble composto por Paulo Loureiro (piano e orquestrações), Rolando Semedo (baixo), Carlos Lopes (acordeão), João Ferreira (percussão), Ana Filipa Serrão e José Pereira (violinos), Joana Cipriano (viola d’arco) e Catarina Gonçalves (violoncelo).

"A nossa meta é continuar, atravessar os mares”, disse Fafá de Belém, que projecta que este seja "um espectáculo de carreira e seja apresentado noutros palcos portugueses, mas também africanos e brasileiros, onde as músicas africanas são pouco conhecidas”, disse a cantora brasileira, referindo o "factor pedagógico” deste concerto, em "esclarecer o povo brasileiro sobre a sua própria origem”.

Ana Laíns, por seu turno, adiantou à Lusa que "há conversações a decorrer com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para levar este conceito, este projecto, a todos os países da lusofonia”. Laíns reconheceu que apresentar o espectáculo em Timor-Leste "é o maior desafio”.

Do projecto consta a timorense Piki Pereira, actualmente a residir no Reino Unido, e que não faz carreira profissional na música, mas o "espectáculo equitativo”, é "uma possibilidade de mostrarmos os nossos projectos”.

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