Economia

Alívio Económico impulsiona produção

Estanislau Costa | Lubango

Jornalista

Mais de 8,47 mil milhões de kwanzas foram desembolsados, no ano findo, na província da Huíla, a 17 empresas que exploram o sector de Comércio e Distribuição no quadro da materialização do Programa de Alívio Económico lançado pelo Governo através de uma linha de crédito do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).

04/01/2021  Última atualização 10H34
A província da Huíla criou mais de 200 empregos directos e indirectos. © Fotografia por: Estanislau Costa | Edições Novembro
O director do gabinete de Desenvolvimento Económico Integrado da Huíla, Manuel Quilende, que avançou os dados ao Jornal de Angola, enalteceu o empenho dos operadores já contemplados por "estarem a dinamizar a actividade comercial entre o campo e a cidade”.

Manuel Quilende que acompanha ao detalhe as acções entre produtores e comerciantes referiu que o escoamento e comercialização dos produtos do campo com realce àqueles produzidos nas zonas mais recônditas da Huíla registam agora melhor transacção entre comunas, municípios e províncias. Explicou que o Programa de Alívio Económico vai atingir o pico quando os operadores dos 41 projectos aprovados recentemente começarem a receber as respectivas tranches destinadas à compra da produção dos agricultores concentrados em vários pontos da província da Huíla.

Segundo ele, a empresa Marivel, sedeada nas terras da Chela, uma das mais dedicadas ao escoamento de produtos do campo para as cidades e vice-versa, já empregou acima de 22 milhões de kwanzas na compra de 27.875 quilogramas de farinha de milho, 500 de farelo, na fazenda Agricuvango situada no município do Cuvango.

Constam ainda 30.000 Kg de açúcar, 2000 de farinha de trigo, 1000 de arroz e de feijão preto, entre outros bens do campo. Já na empresa Marirosa, localizada no município do Lobito, foram adquiridos 200 Kg de farinha musseque, 100 de farinha de bombó, igual quantidade de café e 20 litros de mel.

Manuel Quilende assegurou que todos os bens do campo adquiridos neste processo são comercializados nos supermercados do Lubango e não só. "Estamos apostados a encher as prateleiras de vários estabelecimentos comerciais de produtos nacionais que provam possuir a qualidade desejada”, disse.

O agente da empresa Marivel, Jaime Salatiel, explicou que, apesar de estarem numa fase experimental, reconheceu a importância da criação do Programa de Alívio Económico por garantir a compra da produção, sobretudo dos camponeses, incluindo de áreas de difícil acesso.

"Há satisfação acentuada no seio dos produtores das zonas rurais por eles deixarem de ser ao mesmo tempo produtores de alimentos e caçadores de clientes, principalmente, nos mercados informais das zonas urbanas”, afirmou, para descrever que o programa faz com que o produtor concentre os bens num ponto para serem colhidos com transporte apropriado.

João Quintino, um concorrido comerciante e agricultor do município de Caconda, enalteceu o programa por estar a minimizar a falta de recursos que afecta várias empresas do sector agro-pecuário em consequência da Covid-19 que afecta todos os países.
"Estamos a atravessar uma fase difícil na qual o empenho de cada um tem sido titânico para evitar dispensar vários trabalhadores ou mesmo encerrar as empresas”, explicou para acrescentar que já escoou de Caconda para o Lubango 125 toneladas de milho branco e amarelo.

Referiu ainda que estão armazenados 125 toneladas de cereais e igual quantidade de feijão lavrados nos sectores da Waba e Gungue que aguardam por clientes envolvidos no programa de alívio económico. "Estou satisfeito pelo facto de os nossos cereais serem comercializados também em Benguela”.

Empregos criados

Mais de 200 empregos directos e indirectos foram criados com a implementação do programa de alívio económico, na província da Huíla, consubstanciados em contabilistas, colectores, analistas de produtos, motoristas, estivadores, entre outros.
Alberto Tchiponge, 27 anos, figura como um dos abrangidos, estando colocado na avaliação de cereais (milho, massango e mambala), no município de Chicomba, 240 quilómetros a Norte da cidade do Lubango.
"Gosto da área que me colocaram porque estou a aprender a avaliar a qualidade, principalmente, do milho e feijão, assim como aconselhar os produtores o destino que de-vem dar àqueles produtos que não servem para o mercado”, disse o jovem que aproveita os alimentos rejeitados para a compra e revender nos mercados paralelos.

Aquisição de insumos

O programa em referência está também a contribuir para o reforço da capacidade de insumos agrícolas das empresas agrícolas engajadas na lavoura à escala industrial. Por exemplo, a Fazenda Agrikuvango, adquiriu mais de 450 toneladas de fertilizantes para manter a qualidade dos solos.
Orçados em 276 milhões de kwanzas, a fazenda em referência adquiriu, na província de Benguela, 180 toneladas de calcário, 120 de adubos, 30 de cloreto de potássio, entre outros. Com isso, foram lavradas 200 hectares com culturas de milho, numa meta projectada para 700 hectares.

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