Celebra-se, hoje, em todo o planeta Terra, o Dia Mundial do Turismo, data instituída pela Organização Mundial do Turismo (OMT), em 1980, em celebração do aniversário de uma década do Estatuto da Organização Mundial do Turismo. Em Angola, obviamente, a data não passa despercebida.
A perspectiva do reforço das relações, em matéria de Defesa e Segurança, entre Angola e os Estados Unidos ganha um novo élan com o início, de uma visita de trabalho do Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, um desenvolvimento interessante e oportuno, no âmbito da conjuntura geopolítica mundial.
Não é muito comum, no nosso meio, haver um alinhamento entre as universidades e as instituições públicas e privadas ligadas à produção, serviços e regulação.
Por isso, saúdo de forma muito efusiva os recentes acordos de cooperação, com este diapasão, assinados recentemente pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, com a Universidade Agostinho Neto e a Universidade Católica de Angola.
Há um claro distanciamento com a extensão universitária e a sociedade ou o mercado, o que não nos permite, na maioria dos casos, aprender com os nossos erros, evitando-os. Pelo contrário, ficamos, muitas vezes, com a ideia de que somos useiros e vezeiros em repetir os mesmos erros do passado. Exactamente porque ignoramos o saber os estudos que são produzidos ao nível da academia; exactamente porque não damos valor ao que estas instituições produzem e quantas vezes nem os relatórios e pareceres internos são tidos em conta, subalternizando-se aos meros interesses e agendas que levam ao "mais do mesmo”.
Continuando nessa lógica, lembro-me da expressão latina que diz: "Non videmus manticae quod in tergo est”, qualquer coisa como "não podemos ver a carga que carregamos nas costas”. Aqui sim, queremos um espelho, quiçá um divã, sem que isso se traduza no caminho fácil de derivações para a fulanização.
Trago, igualmente, essa reflexão porque recentemente, recebi das mãos do amigo e insigne Professor-Doutor José Octávio Serra Van-dúnem um livro-relatório intitulado "Efeitos Económicos & Sociais do Confinamento Social”, produzido pelo Centro de Estudos Jurídicos, Económicos e Sociais (CEJES) da Universidade Agostinho Neto. Trata-se de uma análise sobre as consequências do confinamento social imposto pelas sucessivas declarações do Estado de Emergência no País.
É importante, por isso, que possamos, sempre que possível, parar e analisar o resultado dos nossos processos e perceber em que medida estes devem servir-nos de lições a ser extrapoladas para situações similares ou equiparadas numa lógica do "governar com” e não do "governar para”. Essa auto-avaliação é válida para as políticas públicas, gestão empresarial e mesmo na vida particular.
Tomo então a liberdade de reproduzir aqui, alguns excertos, com abordagens apresentadas por diversos painelistas em fóruns realizados nas redes sociais:
- "A pobreza tem obrigado as famílias a violarem os critérios de biossegurança na luta pela sobrevivência” (Kamia Madeira);
- "Há uma disputa entre a liberdade, enquanto direito adquirido e a necessidade de confinamento social, para controlo da pandemia; (...) Grande parte das famílias angolanas não permitem que elas cumpram na, íntegra, com os critérios do estado de emergência” (Prof.Doutor José Octávio S. Van-dúnem);
- "É preciso elevar o nível tecnocrático da administração pública; (...) é urgente o aumento da capacidade dos sistemas de saúde e a melhoria dos sistemas de protecção social” (Alexandre Ernesto);
- "É importante aceitar o novo normal e tirar partido dele. As famílias têm de aprender a lidar com este convívio forçado em ambientes fechados” (Noelma Viegas d´Abreu);
- "Uma boa parte da rejeição das tele-aulas que o ministério controla, por via da TPA, decorrem da falta de hábito e da pouca paciência dos pais em fazer o devido acompanhamento; (Isaac Paxe)
- "Não podemos deixar o debate sobre a descentralização na mão dos políticos... é necessário o envolvimento das famílias; As famílias estão em crise económica e financeira e, as comunidades, estão em crise de liderança; A única forma que temos de aproximação entre as demandas locais e o poder político é com a descentralização; (Belisário Alexandre dos Santos)
É claro, para mim, que se trata de um documento rico e que nos deixa subsídios relevantes de aspectos sobre os quais precisamos lidar com atenção tendo em vista evitar os prejuízos económicos e políticos decorrentes do confinamento nos termos em que assistimos. É verdade, por exemplo, que o número de casos esteve abaixo das projeções, situação "global” no continente africano, mas talvez seja prudente olhar para o número de mortes e perceber as suas razões.
Outro senão, e muito debatido hoje noutras geografias têm a ver com o surgimento de vários casos de patologias clínicas e sociais decorrentes das vacinas. Não é demais perceber em que medida nos encontramos, uma vez que já se sabe de muitos casos e mesmo resultando em mortes decorrentes dos males da vacinação.
Mas quando falo dos relatórios, estudos e outros pareceres que podem ser feitos com auxílio das academias, estou a pensar principalmente na solução dos nossos problemas também em termos económicos e sociais.
Ou seja, durante a última semana, decorreu em Luanda mais um fórum internacional sobre petróleo e gás. Eu julgo que, se o petróleo é a nossa principal fonte de divisas e o motor da nossa economia, por muito que isso não seja o desejável é, todavia, a realidade, então deveríamos prestar uma atenção diferenciada. O sistema de ensino deveria estar orientado para aí. Os media deveria prestar-lhe uma atenção muito maior e não apenas na lógica dos barris e do preço nas bolsas internacionais. A economia deveria estar orientada para tirar um maior proveito do petróleo. Portanto, como bem dizia o Ministro de Estado para a Coordenação Económica, na abertura do certame, não haverá diversificação, se esta não começar primeiro no petróleo. Ou seja, quando olhamos para a cadeia de valor da indústria petrolífera, rapidamente percebemos que não tiramos a máxima vantagem das oportunidades que pode proporcionar. Mas como se diz, nunca é tarde para começar. Ou no nosso caso, não será tarde para acelerar o passo uma vez que o tempo de vida do petróleo vai-se mostrando cada vez menor.
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Login"África parece um pedaço de carne em que cada um vem debicar o seu pedaço." Agostinho Neto. O que continua a passar-se em África, em matéria de relacionamento com o resto do mundo, confirma, na generalidade, as palavras de Agostinho Neto, que fui buscar ao baú da História recente para servirem de epígrafe do presente texto.
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