O continente africano é marcado por um passado colonial e lutas pela independência, enfrenta, desde o final do século passado e princípio do século XXI, processos de transições políticas e democráticas, muitas vezes, marcados por instabilidades, golpes de Estado, eleições contestadas, regimes autoritários e corrupção. Este artigo é, em grande parte, extracto de uma subsecção do livro “Os Desafios de África no Século XXI – Um continente que procura se reencontrar, de autoria de Osvaldo Mboco.
A onda de contestação sem precedentes que algumas potências ocidentais enfrentam em África, traduzida em mudanças político-constitucionais, legais, por via de eleições democráticas, como as sucedidas no Senegal, e ilegais, como as ocorridas no Níger e Mali, apenas para mencionar estes países, acompanhadas do despertar da população para colocar fim às relações económicas desiguais, que configuram espécie de neocolonialismo, auguram o fim de um período e o início de outro.
A notícia sobre o posicionamento de Angola no topo dos maiores produtores do mundo de banana, com uma oferta de mais de quatro milhões de toneladas, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), além de proporcionar regozijo para todos, constituiu estímulo aos cultores desse produto, que passam a ter outro ânimo para fazer muito mais.
De acordo com os dados das Nações Unidas, Angola ocupa a primeira posição no continente africano e sétima no mundo inteiro e a produção nacional está, desde 2014, nestes índices de referência, mantendo-se, particularmente, há cerca de oito anos, na lista de países declarados auto-suficientes na produção de banana. Um motivo de satisfação também para o Executivo, que começa a ver coroados os esforços de estimular o empreendedorismo, para o fomento de um sector empresarial privado robusto, visando a criação de empregos para a população, sobretudo a mais jovem.
O país tem estado a apostar muito seriamente na diversificação da economia, para deixar de depender exclusivamente do petróleo como fonte de receitas, o que passa por impulsionar outras áreas de actividade. E a agricultura é dos sectores onde o esforço do Executivo é direccionado.
Conforme disse, recentemente, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, "não poderemos ter níveis sustentados de crescimento económico do país ao longo do tempo quando o sector dos Petróleos representa mais de 95 por cento das nossas receitas de exportação e mais de 60 por cento das receitas fiscais”.
Para o Executivo, a diversificação da economia, em curso no país com o propósito de diminuir essa dependência exclusiva do petróleo como fonte de receitas, é um imperativo nacional, que precisa atingir maior velocidade, dependendo dos níveis de produtividade e dos factores de produção.
Razão mais do que suficiente para dizer que esta notícia sobre o bom desempenho do nosso sector agrícola, mais concretamente no domínio da produção da banana, chega numa boa altura. E os números são bastante expressivos dessa realidade.
Segundo a FAO, Angola está à frente do Rwanda (3,5 milhões), Tanzânia (2,1 milhões), Quénia (1,9 milhões), Egipto (1,2 milhões), Burundi (1,2 milhões), Camarões (1,1 milhões), Sudão (934 mil) e Etiópia (849 mil).
Nota positiva para as províncias do Bengo e Benguela consideradas referências nacionais, onde projectos privados exportam o fruto para países como Portugal, Zâmbia, Congo Democrático, estando em estudo as vias para fazer chegar aos Estados Unidos, o maior consumidor mundial.
A notícia surge numa altura em que o Presidente da República, João Lourenço, deixa o país para mais uma missão de diplomacia económica, desta feita para a Itália onde vai manter encontros com o empresariado local, para atracção de investimentos para Angola. E a agricultura há de ser seguramente um dos pontos de atenção nesses encontros.
Seja o primeiro a comentar esta notícia!
Faça login para introduzir o seu comentário.
LoginTrata-se de um relevante marco o facto de o Conselho de Ministros ter aprovado, na segunda-feira, a proposta de Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, para o envio à Assembleia Nacional que, como se espera, não se vai de rogada para a sancionar.
Semana passada, estive atento a um debate televisivo sobre o processo autárquico versus nova Divisão Político-Administrativa, com as duas principais forças políticas representadas, num painel em que também estiveram representadas outras sensibilidades, nomeadamente da sociedade civil. Um exercício interessante, que veio uma vez mais provar que é possível, na comunicação social angolana, reunir intelectuais de diferentes credos políticos para debater questões de interesse do nosso país.
O Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, é muito conhecido globalmente por vários feitos e circunstâncias, nem sempre consensuais, sobretudo em termos ideológicos. Todavia, Lula da Silva tem o condão de ser o rosto de um dos mais revolucionários programas de transformação estrutural e social, em diapasão com os principais Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, para 2030, aqueles relacionados ao combate à fome e à pobreza.
A ética e a deontologia na Antiguidade sobretudo a partir do século V a.C na cultura do povo heleno, sempre ocuparam um papel central nas reflexões filosóficas, em virtude de possuírem na sua essência uma linha orientadora da conduta do homem em sociedade, capaz de despertar nele a consciência de cidadania, alteridade, responsabilidade e integridade na gestão da coisa pública em prol do bem comum.
Um encontro para troca de experiências entre Organizações Comunitárias de Base (OCBs), organizações e redes de Pessoas Vivendo com VIH (PVVIH) realiza-se em Luanda, nas Caritas de Angola, no Rocha Pinto, nos dias 25 e 26 do corrente mês.
O embaixador Extraordinário e Plenipotenciário de Angola no Senegal, República Islâmica da Mauritânia e da Gâmbia, Adão Pinto, entregou, esta quarta-feira, as Cartas Credenciais ao Presidente gambiano Adama Barrow.
O ministro de Estado português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou, hoje, em Lisboa, que nada muda nas relações entre Portugal e Angola, apesar de haver um novo Governo no país europeu.