Política

África traça as prioridades para o desenvolvimento da agricultura

A Estratégia pós-Malabo, virada para os estudos analíticos que vão servir de base para as prioridades para o programa de compreensão de desenvolvimento da agricultura de África e de apoio aos Estados-membros na formulação de novos planos nacionais de investimento no sector, deverá ser concluido até ao próximo ano, adiantou, em Washington, a comissária da União Africana Josefa Correia Sacko.

12/05/2023  Última atualização 08H50
Josefa Sacko, comissária da União Africana para a Agricultura © Fotografia por: DR

A comissária da União Africana (UA) para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, que falava num fórum paralelo à Cimeira Global sobre o Clima, assegurou que a base da agenda estará virada para o plano de actividades do CAADP (Programa Compreensivo para o Desenvolvimento Agrícola em África), os relatórios de revisão bienal, a posição comum de África para a Cimeira dos Sistemas Alimentares da ONU e outros quadros políticos de desenvolvimento mundiais, regionais e nacionais.

"A nossa atenção recai sobre quais serão os domínios prioritários para a transformação dos sistemas alimentares após 2025, tendo em conta o que sabemos, e antecipando o que poderá vir a acontecer no futuro”, referiu Josefa Sacko, citada por uma nota da UA.

De acordo com a diplomata angolana ao serviço da UA, os estudos técnicos serão efectuados no próximo ano e vão   exigir parcerias com instituições e organizações com as competências técnicas e analíticas necessárias, tanto dentro como fora do continente.

"Estamos a trabalhar num roteiro para o processo pós-Malabo e iremos apresentá-lo ao Comité Técnico Especializado (CTE) dos Ministros da União Africana responsáveis pela Agricultura, Desenvolvimento Rural, Água e Ambiente, em Novembro deste ano, para consideração e aprovação, incluindo o projecto de agenda que será apresentado à Assembelia da UA, em Janeiro de 2026”, assegurou.

 

Cimeira Africana sobre

Fertilizantes e Saúde do Solo

A comissária da União Africana para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável considerou que a Cimeira sobre Fertilizantes e Saúde do Solo, prevista para Julho, vai permitir que os Chefes de Estado e de Governo adoptem um plano de acção de 10 anos na matéria de fertilizantes.

Segundo Josefa Sacko, os estadistas africanos deverão, também, adoptar uma estratégia para aumentar a média de produção actual de 18 para 50 quilogramas por hectare, bem como um plano de acção para melhorar a saúde dos solos, com vista à aplicação eficaz dos fertilizantes previstos na anterior Cimeira de Abuja, de 2006.

A próxima Cimeira foi, inicialmente, planeada para ser acolhida pelo Senegal, mas o Governo deste país declinou, recentemente. "Estamos agora a explorar a possibilidade de realizar a Cimeira em Nairobi, no Quénia, durante o evento semestral de coordenação entre a Comissão da União Africana e as Comunidades Económicas Regionais (CERs), de 13 a 16 de Julho”, disse.

Josefa Sacko informou que, até ao momento, já foram  mobilizados mais de 2,5 milhões de dólares dos 4 milhões necessários para organizar a Cimeira.

Relativamente à iniciativa "Visão para culturas e solos adaptados”, a comissária da UA disse ser uma das vias para a transformação dos sistemas alimentares. Por isso, disse ser recomendável o aumento da produção e do consumo de alimentos indígenas e tradicionais nutritivos, a maioria das quais culturas negligenciadas em termos de investigação, mas que possuem atributos importantes, incluindo a adaptação às condições climáticas locais, a resistência a doenças, estratégia reforçada na posição comum de África na Cimeira dos Sistemas Alimentares das Nações Unidas.

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