O major Pedro Lussati, principal arguido de um esquema fraudulento envolvendo militares da então Casa de Segurança do Presidente da República, transferia alegadamente dinheiro para Portugal através de empresas do grupo Irmãos Chaves, segundo a acusação do Ministério Público.
À margem da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos que decorre em Lisboa, o Chefe de Estado, João Lourenço, manteve encontros privados com Primeiro-Ministro de São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus, os Presidentes do Quénia, Uhuru Kenyatta e de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
África poderá exercer, no futuro, grande influência sobre o português, com o maior número de falantes, e continuar o seu processo de criação e recriação, estimou o académico e membro da Academia Angolana de Letras, José Octávio Serra Van-Dúnem, em Budapeste, durante as festividades, promovidas pelo grupo da CPLP na Hungria, para assinalar o Dia da Língua Portuguesa.
O académico sublinhou, a
propósito, que "será no continente africano que a língua portuguesa terá mais
falantes no futuro e continuará o seu processo de criação e recriação”, tendo
se baseado em projecções demográficas sobre a diversidade e localização de
africanos pelo mundo, para sustentar a sua tese apresentada no sábado, na
capital da Hungria, segundo a nota a que o Jornal de Angola teve acesso.
"É líquido pensar que será
no continente africano que iremos ter mais falantes de português no futuro,
sendo que aí a língua portuguesa irá cruzar-se, conviver, continuar a criar-se
e a recriar-se, sem tutela paternal, mas em paridade horizontal com as outras
línguas, culturas e formas de estar locais”, destacou o prelector angolano,
baseando-se em projecções demográficas segundo as quais 16 em cada 100 pessoas
no mundo são africanas, e que, em 2050, 25 por cento da população mundial estará
localizada em África.
O professor universitário,
ao "discorrer” sobre o tema "Um Olhar Sociológico sobre os Encontros e
Desencontros de Cultura(s)”, referiu
ainda que são nas dinâmicas sociais que o encontro cultural de quem transporta
a língua se vai deparar com novos desafios. "Falta determinar, de forma
objectiva, as demais dimensões desse encontro de culturas, sem complexos que
nos levem a ter um olhar disruptivo sobre as várias possibilidades de pensar a
língua e a cultura, nesse encontro, com outras dimensões, como por exemplo a
tradição oral através de formas literárias orais africanas”, prosseguiu o
académico, chamando particular atenção para o facto de o processo de recriação
da língua portuguesa, na sua dimensão geográfica, ter sempre a importância das
línguas nacionais, dos contextos sócio-dinâmicos e sócio-linguísticos.
O também sociólogo e filósofo, considerou que o peso internacional das línguas depende de denominadores comuns, justificando "que não basta somar falantes, nem o peso dos países que as falam, é fundamental que estes se revejam e sejam partícipes desses processos”. Por essa razão, José Octávio Serra Van-Dúnem lembrou que os falantes do português "já interiorizaram que a multiculturalidade tem uma cola que é a língua, ou as línguas, e tudo o que ela traz consigo, expressando multiplicidade de línguas, sabores, cores, sons e gingas”. O painel de conferências, contou igualmente com a participação do professor universitário, Antônio Carlos Secchin, crítico literário e membro da Academia Brasileira de Letras, que apresentou ideias sobre a "Língua Portuguesa: travessias no tempo e no espaço”, e o académico João Paulo Oliveira e Costa, professor catedrático de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que, em representação de Portugal, sublinhou a importância da "Génese do mundo lusófono nos séculos XVI e XVII”.
Cultura angolana em destaque na semana da CPLP em Budapeste
Para além de divulgar os outros sabores da língua portuguesa e fortalecer a difusão do idioma naquele país da Europa Central, a presente edição da semana da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP serviu, igualmente, para Angola exibir as suas singularidades culturais, dando a conhecer ao público trajes típicos das regiões Norte, Centro, Leste e Sul do país, acompanhados dos respectivos ritmos tradicionais. O destaque foi para o uso do pano, quer como manifestação artística, quer como expressão identitária, reflectindo a "alma angolana construída de uma matriz multiétnica”, o que foi visível no desfile protagonizado por estudantes angolanos na Hungria.
No salão nobre da Faculdade de Letras da Universidade Eötvös Loránd (ELTE), que conta com cerca de duas centenas de estudantes de Português, nos três níveis do ensino superior, os quatro países da CPLP representados na Hungria celebraram a efeméride ligada ao idioma comum sob o lema "Tempos e Espaços da Lusofonia”, temática em torno da qual giraram as propostas apresentadas pelos prelectores convidados e os demais participantes.
Do lado do Brasil, a banda Arrasta Pest, cujos integrantes são cidadãos brasileiros residentes em Budapeste, prestigiaram o evento com a típica sonoridade do pagode e do forró.
Em nome da Embaixada de Angola na Hungria, que está na presidência rotativa do Grupo da CPLP em Budapeste, o chefe da missão diplomática angolana, José Filipe, realçou que "a vivacidade e o enriquecimento da língua portuguesa se devem a todos os países que a falam, que a transformam num importante veículo de transmissão de culturas e aproximação entre povos”. "Acreditamos que este é um caminho a ser feito por todos nós. A comemoração do Dia da Língua Portuguesa reflecte a dimensão internacional que esta vem ganhando, assim como as suas literaturas, e a Hungria é um exemplo disso mesmo”, referiu o embaixador José Filipe.
O 5 de Maio foi instituído como Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP pela XIV Reunião Ordinária do Conselho de Ministros desta organização, decorrida a 20 de Julho de 2009, e foi reconhecido como Dia Mundial da Língua Portuguesa a 25 de Novembro de 2019, na 40ª sessão da UNESCO.
O Grupo da CPLP em Budapeste é constituído pelas Embaixadas de Angola, Brasil, Portugal e o Consulado Honorário de Cabo Verde, que organizaram o evento sob o lema "Tempos e Espaços da Lusofonia”.
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