Convidado da 9ª Sessão Temática "Comunicar por Angola”, organizado pelo  Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Miguel Bembe, revelou  que o país tem desenvolvido uma cooperação dinâmica com os mais variados parceiros internacionais em matéria de prevenção, gestão e resolução pacífica de conflitos, consolidação da paz e de progresso económico e social.

"O binómio segurança-desenvolvimento é, em definitivo, o eixo central e prioritário das acções político-diplomáticas da política externa angolana a nível regional, ao mesmo tempo que faz sentir o seu peso nas grandes questões continentais e internacionais”, referiu o diplomata.

De acordo com o embaixador de Angola na Etiópia, o Presidente João Lourenço defende avaliação, em profundidade, das raízes dos conflitos em África, com destaque para os factores políticos, económicos, sociais e culturais.

"Esta abordagem holística e transdisciplinar oferece uma perspectiva estrutural para entender e compreender como o desenvolvimento económico e o progresso social podem desempenhar um papel fundamental na prevenção de conflitos e na construção de uma paz sustentável no continente”, ressaltou.

Miguel César Bembe entende ser crucial abranger a responsabilidade e a responsabilização dos actores políticos e privados na promoção de bem-estar das populações, no reforço da estabilidade política, bem como na consolidação das estruturas locais, valorizando os princípios de equidade e inclusão social.

O também representante permanente junto da União Africana afirmou que Angola tem contribuído para a aceleração do processo de integração regional através do desenvolvimento contínuo da diplomacia económica, a nível bilateral e multilateral.

Segundo o diplomata, neste domínio, destacam-se a valorização do continente africano na rota das várias visitas recebidas em Angola e realizadas pelo Presidente João Lourenço, assim como a reactivação das comissões bilaterais e a assinatura de instrumentos jurídicos de cooperação com alguns países africanos de interesse estratégico.

Miguel César Bembe sublinhou a participação do Presidente da República na 16.ª Cimeira Empresarial Estados Unidos-África, em Maio de 2024, em que o estadista angolano interveio como primeiro vice-presidente da Mesa da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da União Africana. "Foi naturalmente uma oportunidade para reiterar o apelo ao investimento do sector privado americano no continente e em Angola, em particular, contribuindo assim no processo de desenvolvimento integrado dos países africanos”, destacou.

Segundo o embaixador de Angola na Etiópia, Miguel Bembe, a criação e a manutenção de um bom ambiente de negócios nos países africanos é uma condição "sine qua non", na perspectiva do Presidente João Lourenço, para o aumento do investimento privado americano e de outros parceiros de desenvolvimento”.

Deste modo, referiu que a materialização deste importante objectivo passa pela erradicação de focos de insegurança ainda presentes no continente: "O Presidente João Lourenço prioriza ainda a multiplicação e a diversificação de parceiros, assim como de parcerias público-privadas no domínio da construção de infra-estruturas em África”.

Exemplificou que no caso de Angola se explora a relevância da localização estratégica, com a criação de corredores de ligação entre a África Austral e Central e também contribui para desbloquear alguns Estados da África Oriental, bem como facilitar a mobilidade de pessoas de bens e serviços, tendo referido neste âmbito o Corredor do Lobito como um projecto representativo e vital para todo este processo.

 
Forte aposta nas tecnologias

O diplomata considerou, ainda, que Angola procura apostar forte nas tecnologias de informação e comunicação e de desenvolvimento aéreo, ferroviário, marítimo e rodoviário, transformando o território nacional numa das principais plataformas logísticas da região e do continente.

Miguel César Bembe considerou que estes projectos são incontornáveis no âmbito da implementação da Zona do Comércio Livre Continental Africano. Apelou a uma cooperação mais pragmática, dinâmica e diversificada, que possa servir de elemento catalisador para enfrentar os desafios de segurança alimentar e energética hoje comuns a toda a humanidade.