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“África ao serviço dos povos”

Faustino Henrique

Jornalista

O novo presidente em exercício da União Africana (UA), Félix Tshisekedi, defendeu, ontem, no discurso de aceitação do cargo, durante a abertura da 34ª Sessão Ordinária da Assembleia de Chefes de Estado e de Governo, em Addis Abeba, Etiópia, uma “África ao serviço dos povos”.

07/02/2021  Última atualização 13H05
Presidente em exercício da União Africana, Félix Tshisekedi, © Fotografia por: DR
O também Chefe de Estado da República Democrática do Congo (RDC) sublinhou a necessidade dos blocos regionais contribuírem para fortalecer a paz e a segurança, para a materialização do Acordo de Comércio Livre Continental Africano, a promoção de um renascimento da cultura, artes e herança africanas, luta contra as alterações climáticas, aceleração do processo de integração e a consolidação da iniciativa da UA na luta contra a Covid-19 e prevenção de outras doenças.

Para Tshisekedi, a pandemia da Covid-19 e os esforços para "calar as armas” no continente continuam como desafios imediatos, defendendo que, relativamente à primeira, é preciso aprender com as lições da doença para investir mais na educação e pesquisa científica.  O "líder continental” destacou que "é de grande interesse estratégico que cada Estado-membro reserve boa parte dos rendimentos para o desenvolvimento do capital humano, que é a principal riqueza, a única capaz de se mobilizar eficazmente para resolver este problema da pandemia”.

O Presidente da RDC lembrou que não obstante o continente ter sido menos afectado pela Covid-19, África deve continuar a maximizar a capacidade de adaptação e "não perder de vista as outras patologias que continuam a ser galopantes a ponto de, às vezes, serem mais fatais como a malária ou o VIH-Sida”. Tshisekedi, que sucedeu ao homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, enalteceu o avanço com a criação da Zona de Livre Comércio Continental Africana, citando o conhecido historiador africano Joseph Ki-Zerbo, segundo o qual "não vamos desenvolver África, mas é África que se vai desenvolver”. 

Félix Tshisekedi disse, ainda, na sua intervenção, por videoconferência, que "uma África ao serviço dos povos se constrói também através da integração do continente. Este é o lugar para saudar o progresso feito no processo de ratificação do Acordo de Comércio Livre Continental Africano”. Sem descurar os desafios que persistem para a materialização do acordo, Tshisekedi referiu que "existem alguns no que diz respeito às disparidades no desenvolvimento industrial de nossos diferentes países”.

Desde a criação, em Julho de 2002, o mandato da presidência rotativa da UA passou a ser de um ano, ao contrário de seis meses anteriores. Félix Tshisekedi é o 19º presidente em exercício da União. O antigo Presidente sul-africano Thabo Mbeki tinha sido o primeiro, eleito em Julho de 2003, na Cimeira de Durban.

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