Desporto

Adilson Sangueve lamenta tratamento dado pelos clubes

António de Brito

Os agentes desportivos em Angola ainda se deparam com inúmeras dificuldades, para exercerem com transparência o agenciamento de futebolistas, pois, não encontram respaldo nalgumas agremiações, e não só.

04/03/2023  Última atualização 08H45
Adilson Sangueve, agente de futebolistas, com o avançado Depú, do Gil Vicente de Portugal © Fotografia por: DR

No país, o agenciamento de jogadores existe, há dez anos, mas, é feito de forma muito tímida, porque os clubes não têm a cultura de tratar o assunto directamente com o agente desportivo, quando se trata da contratação ou venda de jogadores. E, nalguns casos, cometem muitos atropelos. 

Os clubes não vêem com bons olhos os agentes desportivos, que são tidos como intrusos "micheiros", visto que há equipas que ainda tratam o assunto directamente com os atletas.  

Em Angola, três agentes desportivos estão habilitados a exercerem a actividade, nomeadamente, Géssio Rodrigues, licenciado pela Federação Angolana de Futebol (FAF), Adilson Sangueve e Edson Queiróz, ambos inscritos na Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Os dois últimos residem e têm os escritórios em Lisboa, Portugal. 

Os agentes têm como objectivo a salvaguarda e ou a defesa dos direitos dos jogadores, visto assiste-se um conjunto de normas jurídicas a serem usurpadas ou ignoradas pelos clubes. 

Em declarações ao Jornal de Angola, Adilson Sangueve falou do papel do agente desportivo, bem como das peripécias por que passam. Mas,  considera excelente a profissão, apesar de não ser vista com bons olhos. 

"Os clubes olham para os agentes como comissionistas. Os agentes são parceiros dos clubes e não adversários. Porquê que as equipas só gostam de nós, quando apresentamos valores monetários?”, indagou-se, acrescentando, no entanto, que "nenhum agente no Mundo gosta de guerrear com os clubes, porque não faz nenhum sentido. Somos parceiros dos clubes, que são a razão da nossa existência”.

 

Parceiros do Girabola 

Questionado sobre os clubes parceiros da I Divisão, Adilson Sangueve revelou que o Petro de Luanda é a única equipa com a qual tem acordos, sublinhando que muitos negócios já foram efectuados. 

"Participei da transferência do Depú, do Sagrada Esperança para o Petro de Luanda, bem como para o Gil Vicente de Portugal. Negociei, igualmente, o passe do defesa Diógenes, que neste momento está sem clube, tal como nas negociações de Inácio Miguel e de Alex Soares, que reforçaram a equipa na reabertura do mercado”, disse, referindo que ambos os jogadores saíram a custo zero, contrariando rumores veiculados nas redes sociais de que o Petro de Luanda havia gasto um valor astronómico por estes atletas. 

Em relação ao agenciamento feito no país, comparando com de outras latitudes, Adilson Sangueve reconheceu que "não há comparação possível com os demais países, porque em Angola os clubes e o órgão reitor do futebol nacional dificultam a actividade do agente. Estamos muito distantes e falta de tudo. Temos de beber da experiência de países mais evoluídos na matéria. Algum tempo atrás os jogadores não tinham cópias dos contratos. Fomos nós que acabámos com essas assimetrias”, revelou.

Avançou, também, que participou das negociações para a saída de Herenilson, ex-trinco do 1º de Agosto”. Não é meu jogador, mas, intermediei o passe do atleta para o actual clube. Também, estou a tratar da transferência do Hossi, jogador do 1º de Agosto”. 

Adilson Sangueve abraçou há cinco anos o agenciamento, neste período já negociou 20 jogadores. Depú, ex-avançado do Petro de Luanda, transferido para o Gil Vicente de Portugal, e Beny Mukendy, vendido ao Casa Pia, quinto classificado da 5ª Liga Portuguesa, são os últimos atletas negociados pelo agente angolano.                                                                                            

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