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Adiada graduação de Angola a País de Rendimento Médio

Uma resolução que adia para 2024 a subida de Angola da categoria de País Menos Avançado para a de País de Rendimento Médio foi ontem adoptada pela Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas.

12/02/2021  Última atualização 16H55
País continua a ser considerado menos avançado até 2024 © Fotografia por: DR
A subida de categoria de Angola estava marcada para este mês, mas foi agora adiada por três anos, devido à vulnerabilidade social e económica, dificuldades trazidas pela pandemia da Covid-19, vários anos consecutivos de "recorrente recessão económica” e falta de diversificação económica. 
Os Estados Unidos pronunciaram-se durante a sessão, prometendo trabalhar com a comunidade internacional para reforçar uma "recuperação económica sustentável para Angola e outros países menos avançados”. "Reiteramos a importância da nossa relação com Angola e entendemos o impacto contínuo e devastador da pandemia de Covid-19 e da recessão de vários anos", disse o representante dos Estados Unidos. A União Europeia declarou "apoio total" à intenção do Governo angolano de actualizar a Estratégia Nacional de Desenvolvimento e a sua estratégia nacional de transição suave, como pedido pela ONU. "Estamos conscientes dos desafios particulares que Angola enfrenta no contexto da sua graduação do estatuto de PMA, notavelmente a diversificação da economia e redução de desigualdades", disse o representante da União Europeia.
 A UE desejou a Angola um processo de desenvolvimento "bem-sucedido e sustentável", vendo a subida de categoria, em 2024, como uma forma de cumprir a Agenda 2030 (Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU). "A União Europeia vai continuar a apoiar Angola na jornada para a sua graduação e além, na perspectiva do desenvolvimento sustentável, mantendo um diálogo político estreito”, declarou o diplomata. Com o título "Extensão do período preparatório precedente à graduação de Angola da categoria de País Menos Avançado”, a resolução foi apresentada pela Guiné-Conacri, como presidente do grupo de co-patrocinadores - a organização intergovernamental de países em desenvolvimento do Grupo dos 77 e China. 

O representante da Guiné considerou, no discurso perante a Assembleia-Geral, que a percepção sobre a graduação deve ser alterada: "A graduação de PMA não é um fim, mas um importante marco na jornada de um país para o desenvolvimento sustentável, resiliência e auto-suficiência", sustentou. Segundo a Guiné, a comunidade internacional pretende que os países avancem com confiança, exercício de propriedade nacional (autoridade sobre políticas e actividades de desenvolvimento e articulação da agenda de desenvolvimento), "para tornar a graduação suave e irreversível". De acordo com o representante da Guiné, 11 países estão a caminho de avançar de categoria, mas o mundo ainda está muito longe do objectivo de graduar metade dos países menos avançados (existem actualmente 46) durante a década 2020-2030. 
Favorece a Angola
Uma fonte do Jornal de Angola afirmou que o adiamento favorece a Angola, que tem mais três anos para preeparar a sua economia e outros indicadores, antes de receber a graduação. O especialista disse que, apesar de o rendimento por habitante (PIB per capita) colocar já o país como de  Ren-dimento Médio, em outros indicadores está bem abaixo dos necessários  para a graduação. "Sem dúvidas que é benéfico para Angola”, disse. 

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