Economia

Activos do BCI registam crescimento significativo

Regina Handa

A aquisição do Banco de Comércio Indústria (BCI) pelo Grupo Carrinho, passado um ano, gerou um crescimento de 78 por cento do valor dos activos da instituição, segundo dados avançados pelo presidente da Comissão Executiva.

28/01/2023  Última atualização 08H30
© Fotografia por: DR
Renato de Assunção Borges disse, numa entrevista recente à Televisão Pública de Angola, que, passado um ano, das várias medidas implementadas pelo banco, depois da privatização, o BCI conseguiu reverter a tendência de prejuízos e, neste momento, está em melhor situação no que se refere a sua "saúde financeira”.

"Por exemplo, os activos, em 2022, cresceram 78 por cento. Portanto, saímos de  398 mil milhões, em Dezembro de 2021, e encerrámos 2022 com 713 mil milhões”, disse.

O PCE do BCI explicou que a acção comercial foi fundamental. O banco implementou acções comerciais mais incisivas para o crescimento da instituição e tiveram créditos recuperados.

De acordo com o responsável, para 2023, o objectivo do banco é o de continuar a ser incisivo face àquilo que é a carteira de crédito vencido visto que o rácio de crédito vencido ainda é de 47 por cento.

Informou ainda que a nível de resultados, o banco está com cerca de 16 mil milhões negativos, estando muito perto de atingir a meta e também o operacional. Portanto, disse, aquilo que é o desempenho do banco, a cada mês,  já está com um saldo marginal positivo embora ainda não seja o desejado. Em linhas gerais, disse o PCE do BCI, pode-se ver que o banco está com uma boa tendência comparado com aquilo que é a sua história.

Recuperação do Crédito

Sobre a recuperação do crédito, Renato Borges disse que o banco tem feito várias abordagens aos clientes e que, preferencialmente, se pretende resolver tudo pela via extrajudicial. Tal, permitiu  recuperar uns "bons valores”, naquilo que considera um ensaio em 2022, mas que em 2023 e anos subsequentes o banco continuará a ser cada vez mais incisivo ainda.

"Se conseguirmos recuperar via extrajudicial é melhor, mas se for necessário partimos para a via judicial, o faremos” afirmou.

 Conforme disse, o banco lançou uma campanha em que as pessoas poderiam chegar à instituição e ver perdoar os juros de mora. Teve-se sucesso no primeiro semestre da actividade , pelo que vai-se continuar a fazer ajustes pontuais para ver-se estes fundos.

No que se refere ao processo de redirecionamento da máquina, Renato Borges disse que faz parte do plano de reestruturação e recapitalização do banco. Nisso, lembra que em 30 de Setembro, o Banco Nacional de Angola fizera sair ao público uma nota de que o BCI precisava de apresentar um plano de reestruturação e recapitalização. Ante aquele cenário, a Administração teve de apresentar um plano em Outubro e vários eixos faziam parte do mesmo.

"Foi necessário fazer um aumento de capital, que concluímos a 31 de Dezembro de 2022, para o banco poder cumprir os rácios prudenciais. O novo accionista teve de fazer no espaço de dois meses um aumento de capital de 15 mil milhões de kwanzas. O banco lançou um programa de mútuo acordo para os colaboradores e isso acabou por cativar o apetite destes para aderir ao programa”, disse o PCE Renato Borges.

Por outro lado, não obstante às dificuldades que o banco atravessava e das medidas que se teve de implementar naquele período, conseguiu-se salvaguardar 550 postos de trabalho. O processo foi completamente legal, pois houve reunião com o Sindicato e explicou-se qual seria o processo.

"Na verdade, o processo é doloroso, mas os trabalhadores foram indemnizados e oferecemos mais do que a lei obriga. Também tivemos em conta a questão da dívida dos trabalhadores. Elaborámos uma matriz objectiva, que foi amplamente discutida e partilhada com o Sindicato, grande parte do que foi o senso comum acabámos por acolher. Em relação à dívida incluída no acordo que abrimos, incluindo também o perdão do crédito, os colaboradores viram as dívidas perdoadas em parte e um grande grupo na sua totalidade”, anotou.

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