Sociedade

“Abraço Solidário” recebe apoio e carinho da sociedade

Yara Simão

Jornalista

“Filha, ajuda, esses sacos estão pesados”, disparou tia Maria para uma das embaixadoras da campanha “Abraço Solidário Somos Angola, que, no último sábado, defronte à Administração da Cidade do Kilamba, município de Belas, integrou a equipa de jornalistas que esteve a recepcionar as doações para acudir os cidadãos que sofrem os efeitos da seca no sul de Angola.

24/05/2021  Última atualização 07H00
© Fotografia por: Cedida
Com dois "kibutus” de roupas usadas em mãos, tia Maria, como foi apelidada por um dos membros da campanha, percorreu aproximadamente um quilómetro com o único propósito de prestar solidariedade às famílias vítimas da seca. Eufórica, foi notória a sua satisfação em saber que estava a ser solidária.

"Minha jornalista, desde manhã que estou a vos ouvir na rádio. Espera, ainda vou voltar, tenho muita roupa boa em casa para doar”, disse tia Maria, apelando aos demais moradores da Cidade do Kilamba a seguir o seu exemplo e doarem uma parte de si.

Para satisfação de todos, o apelo foi ouvido e um número significativo de moradores do Kilamba "abandonou” o conforto do apartamento e engrandeceu os apoios para a iniciativa filantrópica levada a cabo pelos órgãos de Comunicação Social públicos, privados e empresas do sector das Telecomunicações. Foi mais um momento de glória para a campanha "Abraço Solidário Somos Angola”, que até ao momento arrecadou mais de 250 toneladas de alimentos e bens diversos, apenas em Luanda.

Linda Paulo, de apenas 15 anos, é uma entre inúmeros exemplos de espírito de solidariedade e amor ao próximo. Depois de ouvir o spot publicitário da campanha Abraço Solidário Somos Angola, pediu permissão aos pais para doar parte das roupas que deixou de usar. Linda Paulo aproveitou a ocasião para conhecer vozes que ouve e muito admira na Rádio Nacional Angola (RNA), com destaque para Gabriel Veloso, Ana Moçambique e Vânia Varela.

Impelidos pelo chamado das instituições onde exercem funções, vozes e rostos de jornalistas dos vários órgãos têm sido um grande chamariz da campanha e principal motivo que leva a que muitos, no intuito de conhecer seus jornalistas favoritos, unam o útil ao agradável. A par da doação, aproveitam para interagir com os profissionais de imprensa. Entretanto, no quinto sábado da campanha, a solidariedade prevaleceu entre os moradores do município de Belas. Os serviços municipais e distritais estiveram mobilizados. Cada um à seu jeito cumpriu a sua parte, e o descarregamento de veículos com produtos diversos foi uma constante.

Gilberto Figueira, antigo andebolista da equipa do Primeiro de Agosto, não deixou os seus créditos de generosidade em mãos alheias e fez chegar o seu abraço solidário. Quem também não quis deixar de contribuir foi Álvaro João, porta-voz da Procuradoria-Geral da República. A par destas duas conhecidas personalidades, levadas pelos encarregados de educação, dezenas de crianças também fizeram questão de deslocar-se ao ponto de recolha montado na Cidade do Kilamba para doar roupas, calçados, brinquedos, artigos de higiene, entre outros. Houve até meninas que retiraram dinheiro da mesada recebem dos pais para acudir as vítimas da seca no sul de Angola.

Transmitida em simultâneo na Televisão Pública de Angola (TPA), Tv Zimbo e outros órgãos de comunicação, como a RNA, por exemplo, a mobilização e sensibilização teve destaque no "Compasso Solidário”, programa comandado pelas jornalistas Ana Moçambique e Vânia Varela. A reportar pela TPA esteve Gabriel Veloso, enquanto Leo Bernardo esteve em serviço de reportagem pela Platina Line.

A par da Cidade do Kilamba, em outros pontos de Luanda, os demais embaixadores da campanha também estiveram engajados na recolha de donativos. O destaque recaiu para o Centro de Produção da TPA de Camama, o Campo Manuel Berenguel da Rádio Nacional de Angola e a Angomart.


União da classe

A campanha "Abraço Solidário, Somos Angola” veio unir a classe jornalística. Profissionais em todo o país manifestam indicadores neste sentido. A ideia da criação da campanha, segundo consideram, trouxe grande inclusão e irmandade no seio da classe. Prova disto é que jornalistas de rádio predispõe-se a assumir o papel de repórteres e apresentadores de televisão e vice-versa.

"Nós estamos a viver uma experiência ímpar. Esta campanha veio fazer com que colegas de diferentes órgãos convivam como irmãos. Tem sido muito bom partilhar o microfone com outros colegas”, disse Vânia Varela.
Para a radialista Ana Moçambique, a união faz a força e juntos por Angola a comunicação social vai continuar a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para minimizar as dificuldades das famílias que sofrem as consequências da seca.


Indicadores positivos

O porta-voz do "Abraço Solidário Somos Angola, Sebastião Lino, faz uma avaliação positiva da campanha que vai no seu primeiro mês.
"Acreditamos que os indicadores são animadores porque em todo o país decorre a recolha de donativos e Luanda já ultrapassou as 250 toneladas de produtos diversos”, recordou.

Por sua vez, fonte da em-presa Edições Novembro agradece o gesto de solidariedade dos cidadãos que deixaram ficar os seus donativos nos vários pontos de recolha que a empresa montou, nomeadamente na sede, na rua Rainha Ginga, Baixa de Luanda, nas delegações do Sequele e de Cacuaco, nos centros de produção da Cuca e de Viana, bem como nas respectivas delegações provinciais e municipais.

Para a entrega das doações continuam disponíveis vários pontos de recolha. O Entreposto Aduaneiro, o Centro de Produção da TPA de Cama-ma, Edifício sede do Jornal de Angola e respectivas dependências. Junta-se a estes, as delegações provinciais dos órgãos de Comunicação Social e as delegações dos Correios de Angola.

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