Opinião

A nossa casa comum e o seu património histórico e cultural

É frequente ouvir-se na capital do país a seguinte frase: "Não é fácil governar Luanda".

25/01/2021  Última atualização 08H22
A julgar pelo número de governadores que já passaram por Luanda, tendo alguns deles feito muito pouco tempo no cargo, pode-se concluir que a complexidade dos problemas da capital do país tem constituído uma grande dor de cabeça a quem tem tido a coragem (é verdade que é preciso coragem para enfrentar os problemas de Luanda) de aceitar governar uma província com problemas gigantescos.  Em Luanda já se ensaiaram várias fórmulas na perspectiva de se dar solução definitiva a muitos dos seus problemas, mas o que é certo é que ainda temos um longo caminho a percorrer para que os milhões de habitantes da capital tenham uma boa qualidade de vida..

Os erros de gestão de Luanda cometidos e a ausência de planeamento urbanístico ao longo de anos podem estar agora a dificultar a execução de planos para tornar a capital num lugar bom para se viver.  Milhares de cidadãos construíram ao longo dos anos, por sua própria iniciativa, bairros em betão que terão custado muitos milhões de dólares, não tendo havido entretanto o cuidado de se ordenar o território, para que os habitantes pudessem desfrutar de infra-estruturas para o saneamento básico, estradas e para o abastecimento de energia e água potável.

Não interessa estarmos constantemente a lamentar sobre o que foi mal feito ou sobre o que não se fez. Temos de dar soluções duradouras aos problemas, para que Luanda seja das mais belas e bem estruturadas cidades de África. Muitos dos estrangeiros que nos visitam, entre os quais arquitectos, são unânimes em dizer que Luanda tem potencialidades para se constituir num grande ponto turístico ao Sul do Sahara. Luanda é a casa de todos os angolanos, e, sendo a nossa casa comum, temos todos a tarefa de torná-la numa referência nacional e internacional.

A natureza foi generosa para Angola, dando a muitas das suas cidades, particularmente Luanda, belezas raras, que já levaram muitos estrangeiros a instalar-se definitivamente no nosso país. Luanda faz hoje 445 anos, e importa, não só modernizar a capital do país, mas também preservar o seu património histórico e cultural. Não só de arranha-céus vive uma cidade. Luanda antiga deve merecer a atenção das entidades competentes, devendo haver verbas para obras de restauro do que pode estar a degradar-se. Que se trave definitivamente a tentação de certas pessoas para destruir o património histórico e cultural de Luanda, para satisfação dos seus interesses económicos particulares, em detrimento do que deve pertencer a toda a comunidade nacional.

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