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A era híbrida tecnológica chega para reinar no mundo

O que pode esperar de 2021 a nível tecnológico? Um mundo cada vez mais híbrido entre o digital e o presencial e novas tecnologias prontas para se expandirem para outras áreas.

10/01/2021  Última atualização 14H34
Serviços de subscrição e cloud, novos wearables que podem ter óculos inteligentes © Fotografia por: DR
Se 2020 foi um ano pandémico de aceleração digital, com cada vez mais pessoas a "viver” mais tempo na Internet, 2021 promete ser um ano de mistura de conceitos e de um novo normal, onde a tecnologia assume um papel mais fulcral, sem esquecermos que o mundo presencial, cara-a-cara, também faz muita falta.

Num relatório do World Economic Forum deste final de ano que analisa as apostas que as empresas deverão adoptar até 2025, por ordem de prioridade estão: a computação na cloud; analítica de dados; Internet das coisas; cibersegurança; inteligência artificial; processamento de texto, imagem e voz; e-commerce, robótica não humanoide (incluindo drones); realidade virtual e aumentada; tecnologia distribuída (como blockchain); impressão 3D; armazenamento energético (renováveis); novos materiais; biotecnologia; robôs humanoides e computação quântica.

Na análise às tecnologias que prometem fazer a diferença, juntámos previsões dos CTO das maiores empresas do mundo a estudos e análises de especialistas. Presentes em todas as temáticas estão a expansão da inteligência artificial (alimentada pelos dados e por mais sensores de IoT, Internet das coisas), as preocupações crescentes com a cibersegurança e as vantagens e problemas da expansão da biotecnologia (que deverá ter reflexo sério na sociedade já depois de 2021).

Subscrição na cloud

Os benefícios da cloud estão presentes sempre que, por exemplo, vê Netflix, ouve música no Spotify, conversa em vídeochamada por Zoom, vê vídeos e fotos no Facebook ou joga videojogos com outras pessoas online no telemóvel. Em 2021, estes serviços pagos mensalmente e que dão acesso a conteúdos ligados ao streaming (vídeo, áudio e gaming) ou a videochamadas e a espaço na cloud só se vão expandir ainda mais, com os gigantes Google, Microsoft, Amazon, Apple, entre outros, a poderem ter serviços em áreas como o fitness, saúde e mobilidade. As possibilidades para a cloud e para as subscrições parecem ser infinitas e uma cada vez maior mina dos ovos de ouro para as tecnológicas e não só - veja-se a aposta séria da Disney no streaming que pode complicar a vida às salas de cinema.

Wearables

Os relógios ou pulseiras são já inteligentes, de sucesso planetário e capazes de registar e nos ajudar na nossa saúde, tal como os earbuds sem fios são já extensões da nossa relação com o Smartphone. Mas será 2021 o ano dos óculos inteligentes de realidade aumentada? Tudo indica que sim. Oito anos depois de a Google ter lançado, sem sucesso, os seus Glass, óculos inteligentes com um ecrã com formato futurista, agora parece que está criado o contexto tecnológico para surgirem soluções capazes e de sucesso de marcas como Lenovo, Samsung ou até Apple. As funcionalidades devem ser semelhantes às do Smartphone (a realidade virtual deve expandir-se no mundo do gaming). Espera-se ainda um aumento de ferramentas com realidade aumentada ou virtual na saúde, no trabalho ou na educação que prometem evitar filas, concentrações de pessoas e trazer eficiência.

 DEPOIS DE ANO NEGATIVO NOS SMARTPHONES
Samsung prestes a revelar topos de gama


Galaxy S21, S21 Plus e S21 Ultra, todos 5G, deverão ser mostrados ao mundo a 14 de Janeiro, no primeiro evento Samsung Unpacked do ano. A data coincide com o último dia da feira de electrónica de consumo CES, que este ano será virtual, devido à pandemia de Covid-19.

A apresentação dos novos topos de gama logo no início de 2021 é relevante, depois de um ano difícil para o mercado mundial de Smartphones, que registou grandes quedas. Ainda sem números finais para 2020, a consultora IDC estimou, no final de Agosto, um recuo de quase 10% nas vendas anuais. A pandemia de Covid-19 e a recessão económica resultante tiveram um impacto profundo neste sector, que, no segundo trimestre, afundou 17% antes de recuperar no Verão.

A Samsung, que reconquistou a liderança do mercado, depois de um trimestre em que a chinesa Huawei ascendera ao topo, conseguiu resistir à contracção, melhorando ligeiramente as vendas (+2,9%) no terceiro trimestre de 2020. Agora, a marca vai posicionar-se para capitalizar, num ano que se espera de recuperação, muito impulsionada pela rede de nova geração e ajudada pelo controlo da pandemia.

"Nos grandes mercados desenvolvidos, é muito claro que o 5G será posicionado para a maioria dos consumidores como o seu próximo telefone, independentemente da marca ou faixa de preço em que estejam focados”, explicou Ryan Reith, vice-presidente do Worldwide Mobile Device Trackers da IDC.

"O marketing teve um aumento substancial. Os produtos estão amplamente disponíveis. As promoções estão a acontecer. E é claro que a principal iniciativa de vendas neste mercado é impulsionar o 5G.” Todavia, ressalvou, "a procura dos consumidores pelo 5G ainda é mínima, o que só aumenta a pressão sobre os canais e fabricantes.”

Novos astros

Depois de uma época festiva marcada pela robustez das vendas online, espera-se que a Samsung renove a sua linha Premium, com três dispositivos, Galaxy S21, S21 Plus e S21 Ultra. Há bastantes detalhes a circular online sobre as suas especificações e a expectativa é de que a fabricante sul-coreana baixe o preço em mais de 100 euros, em relação aos modelos Galaxy S20. O S21, segundo foi avançado pelo WinFuture, vai custar 849 euros, enquanto o S21 Plus custará 1049 euros.
A confirmar-se, isso colocará os novos smartphones Premium da Samsung mais perto dos preços da rival Apple, que lançou a gama iPhone 12 em Outubro passado.

As informações que circulam apontam para que os novos S21 tenham ecrãs completamente planos, ao invés de curvarem nas pontas, como os anteriores. A localização da câmara também será empurrada para a borda. A resolução do ecrã no S21 e S21 Plus vai decrescer, face aos antecessores, passando de 3200 x 1440 para 2400 x 1080. As câmaras traseiras terão 12MP e as frontais 10MP, com aparentes mudanças nos sensores. Nas versões europeias dos smartphones, o processador será o Exynos 2100 e as capacidades de armazenamento estarão entre 128GB e 256GB, com 8GB de memória RAM.

A estrela desta galáxia será o S21 Ultra. Consta que terá nada menos que seis câmaras, a parte do hardware em maior destaque, algo que as publicações da especialidade consideram ser um ataque directo ao iPhone 12 Pro Max (considerado pelo The Verge, por exemplo, como tendo a melhor câmara de Smartphone do mercado).

O Ultra terá um ecrã de 6,8 polegadas e suporte para a S Pen, a caneta digital da Samsung para dispositivos móveis. É esperado que os novos modelos venham sem carregadores de bateria na caixa, algo que a Apple fez, citando desperdício ambiental. Mas, ao contrário dos iPhones, os Galaxy terão o conector universal USB-C, o que significa que poderão ser carregados com qualquer cabo compatível.

Novos iPhones

Ao contrário da Samsung, não se espera que a Apple antecipe o calendário da edição 2021 do iPhone. Não há ainda rumores sobre a nomenclatura que irá usar para os dispositivos, sendo que os mais recentes são o iPhone 12, 12 Mini, 12 Pro e 12 Max.
Segundo o relatório da IDC, para o terceiro trimestre de 2020, a marca sofreu uma queda de 10,6% nas vendas e caiu para o 4º lugar do ranking, com 41,6 milhões de iPhones vendidos. A queda foi atribuída ao atraso no lançamento dos novos modelos, que só começaram a ser vendidos no final de Outubro.

Saúde na era digital

A inteligência artificial e a automatização eficaz que ela permite está já em muitos dos benefícios tecnológicos que nos rodeiam, mas há áreas onde o potencial está por alcançar, nomeadamente, na indústria e na saúde - que tem tudo para beneficiar pela maior quantidade de dados pessoais disponíveis sobre cada um (onde os wearables e equipamentos IoT ajudam).

 A tele-saúde ganhou uma importância sem precedentes, das tele-consultas, passando pela tele-monitorização remota de doentes (com a tecnologia a permitir fazê-lo 24 horas por dia, sem internamento no hospital), a tele-diagnósticos. Muitos hospitais ainda não os praticam por falta de meios tecnológicos e de formação, algo que pode mudar em 2021, tal como a chegada dos gigantes tech ao mundo dos seguros e serviços de saúde. Com esta evolução, tem de haver cibersegurança para evitar riscos problemáticos.

5G, redes internas

Internet mais rápida, segura e fiável nunca foi tão importante, como se viu durante a pandemia, com o ensino e o trabalho remoto a exigirem mais das redes de Internet em casa. Mas as suas capacidades serão também importantes para a realidade aumentada, para o gaming na cloud, para a mobilidade autónoma (carros-robô que comunicam entre si) onde se inclui os drones, para cirurgias remotas sem o risco de falhas e nas redes internas na indústria, eliminando cabos e dando fiabilidade e rapidez. Permitem ainda computação complexa com acesso a bases de dados gigantescas e transmitida em tempo real.


Trabalho e ensino híbridos

Trabalhadores querem ter a possibilidade de tele-trabalho mesmo após a pandemia, a maioria num regime híbrido, que combina trabalho presencial com remoto, tudo graças à tecnologia. E no ensino (especialmente superior) também há novos fãs da possibilidade de aprender, pelo menos em parte, de forma remota. Com isso, os computadores ganharam fôlego inédito nas vendas, tal como os acessórios e novas ferramentas digitais e físicas devem surgir em 2021.

Essa nova realidade híbrida, de acordo com o líder da Amazon Web Services, Werner Vogels, "irá levar ao redesenhar das nossas cidades (com novas dinâmicas de mobilidade)” e "comunidades mais saudáveis e seguras” numa "verdadeira convergência do digital e do físico”.

Também permitirá desenvolver a chamada Internet de comportamentos, associada ao trabalho, indica relatório da Gartner, já que será possível recolher mais dados do que nunca e influenciar a forma como as pessoas trabalham.

"Ter opções de ensino e trabalho à distância disponíveis em qualquer altura” vai trazer uma nova realidade, que s espera que também traga um renascimento dos espaços de cowork, o repensar dos escritórios como os conhecemos (dispersão das sedes das empresas) e ainda crie mais nómadas digitais (pessoas que vão para um local agradável trabalhar alguns meses).

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