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A China está do lado certo da história no reforço da cooperação com a Rússia

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou, terça-feira, no final do encontro que manteve com o homólogo russo, Vladimir Putin, que a China se coloca, “firmemente do lado certo da história”, em manter a cooperação com a Rússia, numa clara alusão às críticas decorrentes da guerra na Ucrânia.

22/03/2023  Última atualização 08H27
Vladimir Putin e Xi Jinping avaliaram a proposta de Pequim para acalmar os ânimos e dar lugar a um cessar-fogo na Ucrânia © Fotografia por: DR

Entretanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou, também, ontem, que o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo chinês, Xi Jinping, tinham tido uma "exaustiva” troca de pontos de vista durante o seu primeiro dia de conversações e que tinham discutido o plano de paz da China para a Ucrânia, reporta a agência Reuters. "Houve uma exaustiva troca de pontos de vista, uma conversação séria”, confirmou Peskov, referindo-se às conversações levadas a cabo na segunda-feira.

O porta-voz do Kremlin referiu, ainda, que a discussão do plano de paz proposto pela China para a Ucrânia - proposta com 12 pontos que pede uma desescalada do conflito e a observação de um eventual cessar-fogo. Sobre o plano de paz chinês, Vladimir Putin considerou que pode ser "a base para uma solução pacífica do conflito na Ucrânia quando Kiev e o Ocidente estiverem prontos”.

Na segunda-feira, Vladimir Putin já tinha dado conta de que tinha analisado cuidadosamente as ideias chinesas e que estava preparado para discuti-las com o homólogo Xi Jinping.

 

Rússia não permitirá a OTAN alterar o equilíbrio global de poder

A Rússia não permitirá que a OTAN, que tem pretensões à hegemonia global, altere o equilíbrio de poder no mundo, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov.

"A OTAN está a tentar mudar o equilíbrio de poder para benefício próprio, reivindicando a hegemonia global. Não permitiremos que isso aconteça”, disse numa entrevista concedida ao canal de televisão russo Channel One.

"Essa é a justificação para fortalecer a cooperação com a China, inclusive na área de Segurança”, enfatizou, acrescentando: "E esta é a justificativa para a nossa decisão de suspender o Novo Tratado START”.

  EUA rejeitam apoio ao plano de cessar-fogo na Ucrânia

Washington se opõe a um cessar-fogo imediato na Ucrânia e não apoia o plano da China para uma solução política do conflito, disse John Kirby, сoordenador de Comunicações Estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, segundo informações publicadas pelo jornal The Wall Street Journal (WSJ).

No final de Fevereiro, a China apresentou um plano para resolver o conflito na Ucrânia. O documento contém 12 pontos, incluindo o regresso as negociações entre russos e ucranianos, assim como um cessar-fogo e o levantamento das sanções contra a Rússia.

Moscovo saudou a proposta e a vontade de Pequim de resolver o conflito pacificamente, mas o plano foi recebido com cepticismo pelo Ocidente.

Kirby argumentou, na sexta-feira (17) que tal passo significaria reconhecer a adesão de novos territórios que se tornaram parte da Rússia, ao mesmo tempo que daria a Rússia a oportunidade de fortalecer as posições e renovar as suas forças.

Kirby declarou, citado pelo WSJ, que os EUA também esperam que o líder chinês faça contacto directo com o Presidente ucraniano. Vladimir Zelensky, para que Washington continue a acreditar que é muito importante que o primeiro ouça também o lado ucraniano.

Kirby avisou o Presidente russo Vladimir Putin e Xi Jinping para que, quando planeiam a agenda, que uma proposta chinesa não seja unilateral e reflicta a perspectiva russa.

"Certamente que não apoiamos apelos para um cessar-fogo que seria promovido pelo Presidente da República Popular da China na reunião em Moscovo”, disse.

  Ocidente proíbe Kiev de entrar em negociações de paz

Os Estados Unidos e os países europeus pretendem impedir que Kiev entre em negociações de paz, ao contrário da Rússia e da China, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Washington e as capitais europeias - mas principalmente Washington - estão determinadas a não permitir que (Kiev) entre em negociações de paz sob qualquer pretexto. Eles simplesmente proíbem Kiev de sequer pensar (sobre isso)”, disse o porta-voz em entrevista, transmitida pela TV russa, na terça-feira.

Peskov fez estas declarações em relação à observação feita pela Casa Branca antes da visita do líder chinês Xi Jinping a Moscovo de que Washington consideraria inaceitáveis quaisquer apelos potenciais à paz na Ucrânia após a cúpula russo-chinesa.

O porta-voz do Kremlin observou que "agora, quando as máscaras são retiradas, os Estados ocidentais mostram o seu sorriso bestial”.

 

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