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A China é bom parceiro para os Estados europeus

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse, segunda-feira, em conferência conjunta com o homólogo francês, Stéphane Séjourné, que a China é um bom parceiro para os Estados europeus, e não um risco, primando por relações abertas e sinceras.

02/04/2024  Última atualização 10H45
Chefe da diplomacia Wang Yi aprecia a cooperação multilateral com homólogo francês © Fotografia por: DR

Wang Yi afirmou, igualmente, que "aprecia a posição do ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Stéphane Séjourné, que rejeitou, em Pequim, a ideia de uma dissociação entre Europa e China, principalmente no sector do Comércio.

"Não é possível uma dissociação da China, e representa um maior risco", afirmou Wang. A estratégia de reduzir riscos no comércio com a China foi inicialmente delineada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e, mais tarde, adoptada pela administração norte-americana. Em Maio, o grupo G7, que reúne as principais economias ocidentais, vincou este objectivo num comunicado conjunto.

Trata-se de uma moderação da retórica anterior, que apontava para a completa "dissociação" face à China. As empresas ocidentais podem fazer negócios com o país asiático, mas com algumas salvaguardas: vetar a venda de tecnologias críticas com potenciais utilizações militares e reduzir dependências nas cadeias de abastecimento.

A visita do ministro francês tem como pano de fundo o 60.º aniversário das relações diplomáticas entre França e China e o recomeço das visitas oficiais desde o fim da pandemia da Covid-19.

É a segunda vez, em menos de seis meses, que um ministro dos Negócios Estrangeiros francês desloca-se à China, após a visita em Novembro passado da antecessora de Séjourné, Catherine Colonna. O Presidente francês, Emmanuel Macron visitou a China em Abril de 2023.

"Não é desejável dissociarmo-nos da China", ou seja, reduzir significativamente os laços económicos entre os dois países, afirmou Séjourné. O Ministro dos Negócios Estrangeiros francês apelou, no entanto, a um "reequilíbrio da economia", porque o comércio do país também "deve assentar numa base saudável e sustentável".

A visita de Stéphane Séjourné inclui o lançamento da exposição "Versalhes e a Cidade Proibida" na "Cidade Proibida de Pequim”, onde cerca de 60 obras de arte e objectos preciosos do Castelo de Versalhes vão estar expostos ao público até ao final de Junho.

"É a primeira vez" que obras do Castelo de Versalhes viajam, desta forma, para a Cidade Proibida, disse Marie-Laure de Rochebrune, curadora geral do Castelo de Versalhes, citada pela agência France Presse.

Vasos, objectos de porcelana, quadros ou leques, alguns dos quais presentes trocados entre os reis franceses e os imperadores chineses da época, mostram "a relação especial entre a China e a França, que se desenvolveu na segunda metade do século XVII e se prolongou até ao final do século XVIII", afirmou.

França insiste numa posição contra a Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Stéphane Séjourné, disse, em Pequim, que a França espera que a China envie "mensagens muito claras à Rússia", o seu parceiro mais próximo, sobre a guerra na Ucrânia.

"Esperamos que a China envie mensagens muito claras à Rússia", afirmou o ministro, defendendo "um equilíbrio de forças favorável à Ucrânia", numa conferência de imprensa com o homólogo chinês, Wang Yi.

"A China desempenha, obviamente, um papel fundamental para garantir a independência da Ucrânia e o respeito pelo direito internacional, incluindo a sua soberania", acrescentou Séjourné.

Pequim, que se apresenta como parte neutra, cuja relação com Moscovo se aprofundou desde o início do conflito, está a trabalhar numa solução política para pôr fim à guerra.

China recusou, no entanto, condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. O gigante asiático tem prestado importante apoio político, diplomático e económico à Rússia. O comércio bilateral registou, em 2023, um crescimento homólogo de 26,3%, para 240 mil milhões de dólares (223 mil milhões de euros).

"Esta guerra diz respeito a toda a comunidade internacional", disse Stéphane Séjourné ao homólogo chinês, que não mencionou o conflito na Ucrânia no seu discurso introdutório no início do encontro com a imprensa.

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