José Fernando Tchatuvela acrescentou que, das referidas ravinas, dez são mais preocupantes, pelo facto de estarem próximas da população, estradas, estações de tratamento de água e edifícios públicos.
O vice-governador para o sector Técnico e Infra-estruturas avançou ainda que, na eventualidade de não serem intervencionadas, as ravinas podem provocar vítimas humanas, danificar estradas e outros equipamentos sociais.

Referiu que o Executivo, dentro do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), vai estancar duas ravinas este ano, localizadas nos bairros Boavista e Cantífulas (Cuito).
As outras oito preocupantes, localizadas nos municípios do Cuemba, Andulo, Cunhinga, Chitembo, Chinguar, Nharêa, Catabola e Camacupa, serão intervencionadas gradualmente pelo Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território.

O vice-governador explicou que a existência de ravinas, sobretudo nesta parcela do país, resulta da acção humana e das condições que a natureza oferece, pelo facto do Bié ser uma região planáltica, com intensidade de chuva e relevo acidentado, o que provoca uma maior velocidade das águas em zonas baixas, com ausência de drenagem.
José Fernando Tchatuvela avançou, por outro lado, que, para conter esta situação, o Governo tem vindo a contar com a participação da população, que tem vindo a plantar árvores junto das ravinas, fazendo com que as mesmas não se alastrem.

Desde 2019, cinco ravinas de grandes proporções, que ameaçavam destruir várias infra-estruturas sociais e cortar o acesso aos bairros periféricos da cidade do Cuito, capital do Bié, foram estancadas pelo Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território e pelo governo local.
Trata-se das ravinas do Cangangawé, arredores da cidade do Cuito, da EN-140, que liga a cidade do Cuito à comuna do Cunje, e da estrada EN-250, junto da Centralidade Horizonte do Cuito.

A empreitada abrangeu ainda o estancamento da ravina na EN-140, que liga o município do Chitembo à cidade de Menongue (Cuando Cubango). Já o Governo local estancou a ravina que ameaçava demolir as 100 casas sociais do município do Cunhinga, a 30 quilómetros a norte da cidade do Cuito.
O Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território investiu mais de dois mil milhões de kwanzas para extinguir as ravinas e recuperar as zonas afectadas.