A ONU está atenta ao que está a passar-se em Portugal e a 9 de Maio de 1974 apela a Lisboa que estabeleça negociações com os movimentos de libertação africanos.
A ONU está atenta ao que está a passar-se em Portugal e a 9 de Maio de 1974 apela a Lisboa que estabeleça negociações com os movimentos de libertação africanos e seis dias
depois o general Spínola é empossado no cargo de Presidente da República e
finalmente a 27 de Julho é publicada a Lei n.º 7/74, que reconhece o direito à
independência das "províncias ultramarinas", mas será preciso esperar
até 15 de Setembro para Spínola se encontrar na Ilha do Sal, Cabo Verde, com o
seu homólogo do Zaire, Mobutu Sese Seko, obtendo deste o compromisso de não
intervenção no processo de descolonização de Angola. Mas Angola ainda não vive
momentos de paz e a 10 de Novembro a Frente de Libertação do Enclave de Cabinda
(FLEC) ataca o contingente militar português presente no território.
Entrado o ano de 1975,
Portugal consegue negociar com a FNLA, o MPLA e a UNITA com vista a uma transição
rumo à Independência Nacional. As negociações começam a 11 de Janeiro e
terminam no Alvor, Algarve, a 15 de Janeiro, com a assinatura de um acordo que
fixa a data de 11 de Novembro de 1975 para a proclamação da Independência
Nacional. Em 1973, recorde-se, as relações entre o Governo do Congo-Zaire e o
GRAE de Holden Roberto não eram as melhores e Mobutu chegou a montar uma
operação heliotransportada para libertar alguns portugueses da base de Kinkuzu,
o que enfureceu o líder da FNLA. Para tentar reconquistar algum espaço perdido
junto de Holden Roberto, Mobutu autorizou a participação das Forças Armadas
Zairenses ao lado do ELNA na luta no interior de Angola e "ofereceu"
a Holden mais "três campos de treino em Matadi-Mayo, Mfuy e Ntampa” e 1.800 militares
para "ajudarem" o ELNA a atacar Cabinda, apoiados por aviões Mirage.
Por sua vez, Holden Roberto aproveitou as facilidades, para mais numa altura em
que a sua organização vivia uma situação instável com contestação interna, e
lançou um processo de "recrutamento forçado" junto de jovens
angolanos no Zaire. Nessas rusgas levadas a efeito pelo ELNA/FNLA, terão sido
raptados cerca de 1.200 jovens angolanos que foram conduzidos à força para as
sedes do GRAE no Zaire. A situação provocou o regresso a Angola das populações
angolanas no Zaire, como forma de fugir aos recrutadores do ELNA.
Poucos meses depois, em
Fevereiro de 1974, há novos rumores de uma ameaça de invasão a Cabinda. No
Conselho de Defesa Militar do dia 19 o comandante-chefe das Forças Armadas de
Angola, Luz Cunha, falou da possibilidade de um ataque de grande envergadura da
República do Zaire a Cabinda, enquadrando militares do ELNA e apoiada pela
Líbia de Kadafi.
Em Angola, o almirante Rosa
Coutinho não resiste às acusações de favorecimento do MPLA e, no dia 28 de
Janeiro de 1975, é substituído pelo brigadeiro Silva Cardoso no cargo de Alto
Comissário de Angola.
Finalmente a 31 de Janeiro é
empossado o Governo de Transição de Angola, chefiado por um Colégio
Presidencial composto por um representante de cada um dos movimentos de
libertação. O Governo será presidido pelo Alto Comissário, brigadeiro Silva
Cardoso, que se demitiria em 30 de Julho.
Nem três meses se passaram sobre a instalação do Governo de Transição e já Luanda era palco de frequentes e violentos confrontos entre os movimento de libertação, que se agudizam a 26 de Maio de 1975, dia em que é decretado o recolher obrigatório.
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