O anúncio foi feito ontem, em conferência de imprensa, dirigida por João Vigário e Jorge Mulumba, membros da comissão organizada. Na ocasião foram anunciados as 24 atracções musicais para os cinco dia do festival, que encerra com um concerto da artista Patrícia Faria.

No cartaz para os dois primeiros dias constam, ainda, os Meninos da Fubu, Jabakana, Tua Moneca, Dilangues de Ambaca, MM Yetu, Vindjomba e Gabriel Tchiema, que fecha o segundo dia de actividades.

Nos três dias seguintes, sobem ao palco do Palácio de Ferro os músicos Netos de Ngola Mbandi, Doy do Soweto, Namanhonga, Tunjila Tua Jokota, Mizangala, Totó ST, Ngana Munana, Brilhantes de Kiwba Nzoji, Makuma Mambo, Família Xiclé, Ngunza Ku Marimba, Alfredo Madukila, Kumbilixia, Coral Lírios, Jovens de Caculama, Malambas do Lombe, Kudimuena Kota, Kamba Dya Muenhu e Socorro.

Durante cinco dias e em celebração ao Dia de África, no Palácio de Ferro, acontecerão várias actividades, nomeadamente feira, fóruns temáticos, concertos, danças, exposição, oficinas criativas e culturais de instrumentos como a matimba, ngoma, kisanji e hungo. Antes dos concertos de cartaz haverá um palco aberto para artistas emergentes.

Nos fóruns de debate como oradores e monitores estão Filipe Vidal, Patrice de Lemos "Txitxi”, Armando Zibungana, Ginzamba Justino, Gilberto Capitango e Jorge Mulumba.

Balumuka -Baluarte da Música Angolana, é um festival que emerge da necessidade de contribuir com mais uma plataforma interventiva em prol da valorização e promoção da música e dos instrumentos tradicionais angolanos, cuja primeira edição decorreu em Abril de 2022.

A proposta, com periodicidade anual, é uma iniciativa no âmbito da parceria entre o músico e pesquisador Jorge Mulumba e a Produtora Onart, no seguimento do trabalho conjunto que têm vindo a desenvolver nesse sentido desde 2018.

Os participantes na primeira edição foram distinguidos em Outubro do ano passado. A primeira edição homenageou o jornalista Amaro Fonseca, que se notabilizou na Rádio Luanda, com o programa Balumuka (acor-da), referência das manhãs e foi responsável pela projecção de muitos artistas da música tradicional.

 
Programa da Homenagem

A distinção ao Mestre Kituxi começa com a leitura da nota de fundamentação da homenagem, seguida da exibição de um vídeo com depoimentos de amigos e familiares. É aguardada a intervenção de um representante do ministério da Cultura e Turismo, que fará a entrega do Diploma de Mérito, assim como a intervenção de Mestre Kituxi. A aula magna com o Nguami Maka, grupo liderado por Jorge Mulumba, sobrinho e herdeiro musical do homenageado.

Miguel Francisco dos Santos Rodolfo "Kituxi” nasceu em Luanda no bairro Marçal, aos 4 de Junho 1940, é um dos precursores e exímio tocador do Hungo, que faz parte de uma gesta de músicos que marcou de forma indelével o percurso da nossa música promovendo a valorização dos nossos instrumentos tradicionais dentro e fora das nossas fronteiras. O início da carreira política dá-se no ano de 1957, quando faz a sua entrada no agrupamento associativo e cultural "Feitiço Negro”. Em 1962 integra o "Fogo Negro” e em 1973, ingressa na maior agremiação sócio-cultural de todos os tempos o "Ngongo”. O seu maior feito acontece em 1980, ano em que funda o agrupamento musical com o qual viria a marcar a história da música angolana, Kituxi e Seus Acompanhantes

Aula Magna " Fragmentos” Uma das inovações da segunda edição do Festival Balumuka é a introdução da rubrica "Aula Magna” que servirá como ponto de partida para apresentação dos grupos. Nesse sentido, e tendo em conta a excelência da vocação da transmissão de conhecimento na especialidade de forma prática e elucidativa, caberá ao grupo Nguami Maka ministrar a "aula inaugural” dos concertos, tendo como orador principal o músico e pesquisador Jorge Mulumba.