Economia

11 bancos lucram 101,8 mil milhões de kwanzas

Onze dos 24 bancos operadores bancários que divulgaram as contas de 2020 até terça-feira, obtiveram, naquele ano, um lucro líquido de 101,8 mil milhões de kwanzas (154,3 milhões de dólares), mais de 60 por cento abaixo dos 259,7 mil milhões (393,5 milhões de dólares) apurados em 2019, de acordo com os relatórios publicados.

21/05/2021  Última atualização 08H18
BSol obteve um dos mais notáveis desempenhos verificados entre os relatórios © Fotografia por: Edições Novembro
Trata-se dos bancos Angolano de Investimentos (BAI), Internacional de Crédito (BIC), Caixa Angola (BCGA), Crédito do Sul (BCS), Sol (BSol), Comercial Angolano (BCA), Finibanco (FNB), Valor ( BVB), Yetu (YETU), Prestígio (BPG) e o BAI Micro Finanças (BMF).
A rigor, quatro bancos viram subir os lucros, designadamente Sol, Prestígio, BMF e Finibanco, mas outros sete obtiveram fatias menos gordas. O BAI foi o que mais facturou, ao contabilizar um lucro de 28 671 milhões de kwanzas, bem longe dos 118 733 milhões de 2019, chegando a representar uma redução de mais de 75 por cento, de acordo com números dos relatórios referentes aos dois períodos.


A segunda maior rentabilidade, entre os 11 avaliados, é do BIC, onde os lucros atingiram 21 288 milhões de kwanzas, representando, ainda assim, uma queda de mais de 60 por cento quando comparados aos 70 657 milhões do exercício de 2019.
Fecha o trio líder o BCGA ao creditar, em 2020, na conta lucro líquido do exercício, o valor de 12 492 milhões de kwanzas, menos 41,5 por cento face aos 21 383 milhões apurados no exercício do ano anterior.
Com um desempenho notável, considerando os parcos anos de operação, o BCS prossegue a romaria para o grupo dos "grandes”: depois dos 14 647 milhões de kwanzas apurados em 2019, no exercício de 2020 o resultado caiu 36,1 por cento, mas anotou um encaixe de 9 352 milhões de kwanzas, superando em volume instituições já com muitos "quilómetros” de corrida no mercado angolano.

Há ainda a realçar os resultados do BVB, que publicou um saldo de 4 380 milhões, em 2020, contra os 5 423 milhões, apurados em 2019, além do YETU, que saiu dos 4 482 milhões (2019) para 4 139 milhões (2020).
O BCA reportou um resultado líquido de 6 798 milhões em 2020, menos 37,5 por cento que os 10 889 milhões de 2019, mantendo o desempenho de um operador com rentabilidade e estabilidade nas posições intermédias da lista dos bancos de maior procura no segmento comercial.

Melhor desempenho
Sem ter sido o primeiro em volume, o BSol foi, em 2020, no ranking de 11 operadores com as contas publicadas, o que melhor cifra obteve, ao apurar um lucro de 8 818 milhões de kwanzas, acima em cerca de 117 por cento dos 4 049 milhões de 2019.
Com um crescimento do resultado em mais de 43 por cento, o BAI Micro Finanças (BMF) acumulou ganhos de 577,8 milhões de kwanzas, em 2020, contra os 401,7 milhões do ano de 2019.
Para o Finibanco, o crescimento foi de pouco mais de 3,0 por cento, ao contabilizar 5 667 milhões de kwanzas no exercício em análise, acima dos 5 500 milhões anteriores.


O resultado do Prestígio também subiu, ainda que em proporções menores, pois contra os 3 576 milhões, de 2019, no ano de 2020 o resultado líquido ascendeu ligeiramente para 3 621 milhões de kwanzas."O Banco Prestígio goza de uma saúde financeira satisfatória, dadas as disponibilidades em outras instituições de crédito. Porém, recomenda-se alguma cautela face ao actual cenário macroeconómico”, escreveram os membros do Conselho Fiscal no parecer às demonstrações de resultados.

Mercado bancário

Sob supervisão do Banco Nacional de Angola (BNA), actuam no mercado nacional um total de 24 bancos comerciais, autorizados a captar depósitos e a conceder créditos, sob juros regulamentados, além de outras operações previstas na Lei das Instituições Financeiras.Perderam, nos últimos três anos, as respectivas licenças por várias inconformidades os bancos Postal, Mais, Kwanza Invest e BANC.
Houve também uma fusão entre os bancos Privado Atlântico (BPA) e o Millennnium Angola (BMA) de que resultou o actual Banco Millennium Atlântico.
Juntos, os bancos angolanos somam mais de 12 milhões de clientes e acima de mil agências (balcões e postos de atendimento) espalhadas pelas 18 províncias do país.
Luanda tem mais de metade e também da rede complementar formada por Terminais Automáticos (ATM), vulgarmente chamados Multicaixa (designação do cartão utilizado para as operações de banca electrónica) e de Terminais de Pagamentos Automáticos (TPA).
Estes modernos instrumentos de banca universal estão sob gestão da Empresa Interbancária de Serviços (EMIS), uma associada de todos os bancos comerciais em actividade, além do banco central.




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