A denotar consistência competitiva, os militares do Rio Seco orientados pelo português Paulo Duarte perseguem o reforço do ciclo vitorioso, de modo a fechar em grande a primeira volta e perspectivar um início positivo da segunda, que reserva uma deslocação complicada ao reduto do Interclube.

Refeitos dos embates sofridos nas Afrotaças, face à dupla eliminação na corrida às fases de grupo da Liga dos Clubes Campeões e da Taça da Confederação "Nelson Mandela”, muito condicionados pelas incidências da pandemia da Covid-19, os rubro e negros estão completamente focados na materialização do desejado "penta”, cinco títulos consecutivos, façanha inédita no futebol angolano, em posse dos tricolores.

O crescimento da formação do antigo RI-20, hoje baseada no Estádio França Ndalu, é marcada pelo lançamento de jovens talentos e a ascensão de outros que estiveram tapados na época passada. Mário Balbúrdia, na organização de jogo e Bonifácio, no eixo defensivo, destacam-se entre os casos de jogadores que estão a valorizar a aposta da equipa técnica, além de Herenilson, uma aposta ganha da direcção presidida por Carlos Hendrick da Silva, ao apostar na contratação da pérola desavinda no principal adversário. 

Quanto aos novos rostos, Edmilson, um pulmão no meio campo, e Bito, agitador das acções ofensivas, considerado por boa parte da crítica como o substituto de Zito Luvumbo, colocam-se num plano destacado nas mudanças operadas por Paulo Duarte, treinador pouco dado ao privilégio de nomes e estatuto no plantel, no momento de definir os convocados e a equipa inicial. 


Campanha equilibrada
O equilíbrio revelado pelos donos da casa, 25 golos marcados e dez sofridos, em 14 jornadas, faz jus à máxima do futebol que atribui ao ataque o mérito das vitórias nos jogos e à defesa na conquista dos campeonatos. Aliás, os treinadores têm dores de cabeça saudáveis, dada a dificuldade de enquadrar ou fazer coabitar jogadores, em quase todas as posições, visto que apenas Neblu, em boa forma, está livre da rotatividade, por força da especificidade da posição de guarda-redes. 

A concorrência é de tal forma acirrada, que o "capitão” Dani Masunguna, recuperado de uma longa paragem por lesão, aguarda oportunidade para regressar à defesa coordenada por Bonifácio e Bobó, dificuldade alargada mesmo no caso de aposta numa estrutura de três, pois Jó tem revelado competência. No ataque as dificuldades voltam a ser sentidas, daí o rodízio observado na utilização de Mabululu, Zini, Bryan Moya e Melono Dala. 

O embalo dos detentores do título reduz o peso das dificuldades. O foco está colocado na conquista do triunfo, para fechar as contas do primeiro turno da competição com 35 pontos, safra que garante a primazia ainda que os petrolíferos, a cumprir quarentena institucional, consigam vencer os jogos em atraso diante da Académica do Lobito e do Sagrada Esperança. 


Estreia de Albano César
Inactivo há vários dias, o Wiliete de Benguela, 12º classificado, 14 pontos, estreia Albano César, treinador com créditos firmados no futebol doméstico, afastado com a prova em andamento do comando do Cuando Cubango FC. Pela prestação modesta assinada em 14 partidas, a equipa da cidade das acácias rubras habilita-se a provar do "poder de fogo” dos militares, numa disputa com as condições criadas para ser desigual. 

No entanto, é apanágio do novo timoneiro não fugir da luta, seja qual for o poderio do adversário, razão pela qual cai por terra a ideia de que serão favas contadas para o 1º de Agosto. O Wiliete está em Luanda determinado em somar pontos, independentemente das dificuldades a que for confrontado.