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Pequim diz que os EUA “procuram inimigos”

A China criticou, ontem, os Estados Unidos pela sua "lógica de preto e branco" e por "procurar inimigos em vez da paz", referindo-se às recentes declarações de um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano sobre a guerra na Ucrânia.

18/05/2024  Última atualização 13H15
Wang Wenbin é o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China © Fotografia por: DR

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, que fez as referidas declarações contra os EUA, acusou Washington de manter uma "mentalidade de Guerra Fria" e de ser "parcialmente responsável pela eclosão e escalada do conflito na Ucrânia".

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA (Ministério dos Negócios Estrangeiros), Vedant Patel, afirmou, na quinta-feira, que a China não pode "ter o seu bolo e comê-lo também", afirmando simultaneamente ter "relações boas, fortes e profundas" com a Europa, enquanto "alimenta a maior ameaça à segurança europeia desde há muito tempo", referindo-se aos efeitos da aproximação de Pequim a Moscovo, relativamente ao andamento da guerra na Ucrânia.

Wang disse em conferência de imprensa que a China "não é nem criadora nem parte" do conflito e que "sempre promoveu a paz e o diálogo", contrariamente aos EUA, segundo o político, que continuam a fornecer armas que alimentam o referido conflito. O porta-voz chinês instou os EUA a "não culparem a China pelo conflito", a "não tentarem criar divisões entre China e Europa" e a "não deitarem achas para a fogueira".

Wang apelou a Washington para que "tome medidas práticas para a resolução política da crise ucraniana", evitando mais uma vez chamar guerra ao conflito e mantendo a equidistância enquanto o Presidente russo, Vladimir Putin, está em visita oficial ao país asiático.

Num encontro em Pequim, na quinta-feira, o líder russo e o Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmaram as suas boas relações, frustrando as esperanças ocidentais de que Pequim fosse pressionar Moscovo a pôr fim à guerra.

As declarações da China surgem num período de tensões crescentes entre o país asiático e os Estados Unidos sobre a guerra.

Washington acusou Pequim de fornecer a máquina de guerra russa, enquanto a China negou essas acusações e apelou a um cessar-fogo e a negociações "tendo em conta os interesses de todas as partes".

Recorde-se que de 24 a 26 de Abril, Antony Blinken visitou Xangai e Pequim para "discutir uma variedade de questões bilaterais, regionais e globais”, em que manteve encontro com as autoridades chinesas.

Durante a viagem, Blinken reiterou  que os Estados Unidos e a China devem gerir "responsavelmente a rivalidade", mesmo em áreas nas quais os dois países não estão de acordo.

O Presidente russo, que se encontra na China, agradeceu ao homólogo chinês, Xi Jinping, as propostas chinesas para acabar com a guerra na Ucrânia, enquanto Xi afirmou que a China espera que a Europa regresse rapidamente à paz e à estabilidade.

A declaração conjunta expôs críticas às alianças militares dos EUA na Ásia e no Pacífico.

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