A Organização das Nações Unidas (ONU) considera importante incutir hábitos sustentáveise consciência climática nas famílias desde cedo, pelo papel que desempenham na transmissão de valores ao longo de gerações.
Hoje, em celebração ao “Março Mulher”, o Jornal de Angola inicia um ciclo de entrevistas com mulheres angolanas que compartilham suas histórias de resiliência, persistência e sucesso.
Benvinda Bondo da Silva é a nossa primeira convidada, empreendedora de sucesso no ramo da restauração, que enfrentou desafios em busca de seus sonhos. Benvinda, de 56 anos de idade, é uma benguelense, natural do bairro da Lixeira, descendente de uma família humilde, que chegou ao município do Andulo, província do Bié, há 18 anos, em busca de melhores condições de vida.
Desde cedo, Benvinda demonstrava interesse pela culinária, realizando actividades domésticas e a vontade de aprender levou-a a fazer um curso de Culinária, ainda em Benguela.
Após mudar-se para o município do Andulo, em 2004, começou a comercializar produtos frescos (peixe congelado), mas logo decidiu dedicar-se à restauração. Com muito sacrifício, abriu o Restaurante Breznia, que se tornou um espaço reconhecido no município.
Apesar dos desafios enfrentados, Benvinda, carinhosamente tratada por "Tia Bev", persistiu e hoje o seu restaurante é procurado não apenas pelos moradores locais, mas também por visitantes provenientes de outras regiões do país. Ela atribui o seu sucesso à dedicação, empenho e persistência.
No Restaurante Breznia, da "Tia Bev”, come-se um pouco de tudo, desde o funge de milho ou bombó, com cabidela, carne de caça seca ou fresca, peixe, a batata-rena, batata-doce, o feijão, sem faltar as folhas de abóbora, a kizaca e outros vegetais. Ela compartilha a sua experiência no empreendedorismo feminino, destacando a importância da organização, do planeamento e da capacitação. Encoraja as mulheres a seguirem os seus sonhos, enfrentar desafios e a não desistir, mesmo diante das dificuldades.
Para Benvinda, a mulher angolana empreendedora está pronta para ajudar no desenvolvimento do país, precisando apenas de mais apoio das autoridades.
A nossa interlocutora conta que nunca pensou levar a sério o serviço de restauração, mas, já no Andulo, por influência dos amigos do esposo, decidiu levar adiante o desafio. "A minha vida tomou novos rumos, quando, em 2006, resolvi abrir um espaço de venda de comida e bebidas”, disse.
Ela recorda:"tudo aconteceu numa segunda-feira, de manhã, quando comecei a preparar os primeiros pratos com ingredientes locais: Funje de milho, com carne de galinha, feijão e folhas de abóbora”. Só com este prato, "Tia Bev” foi conquistando a clientela e, daí em diante, jamais parou. De um humilde espaço onde começou, em seis meses de trabalho já tinha condições para arrendar um sítio maior com melhores condições para acomodar os seus clientes que a cada dia ia aumentando.
Hoje, o espaço da "Tia Bev” é o melhor lugar no município do Andulo, para degustar uma boa refeição. A mulher de Benguela, terra de "Ombaka”, ganhou espaço nas terras do antigo reino Ndulo.
Questionámos à "Tia Bev”, olhando para o seu sucesso, que conselho ela daria para outras mulheres que pretendem empreender e, ao que nos pareceu, a resposta saiu sem que tivesse pensado: "é necessário escolher uma área com a qual se tenha uma grande afinidade. Isso é importante para mantê-la motivada, gerando uma maior vontade de persistir no seu negócio e fazer dar certo”, concluiu.
A vontade da mulher de empreender, sublinhou, não afasta das tarefas comuns, referia-se aos cuidados que ainda precisa de ter com a família: casa, filhos e esposo e, em alguns casos, com os seus estudos, isto porque, por várias razões, há mulheres que constituem lar, mas ainda têm a missão de concluir os seus estudos.
Diante das inúmeras tarefas que recaem sobre a mulher, alerta para a importância da organização que é preciso ter "para dar conta de tudo sem se sentir sobrecarregada”, disse.
"Tia Bev” alerta ainda que as mulheres empreendedoras "iniciantes devem ter em mente que no início não vai ser um mar de rosas”. Por isso, aponta a necessidade de se ser "humilde e se conectar com pessoas que já fazem parte deste mundo”.
Há jovens que se encontram na condição de desempregadas e que querem fazer um negócio, mas não o fazem por "vergonha”. A empreendedora defende que "a vontade de vencer deve superar os preconceitos”.
Pessoa
caridosa
Além da sua trajectória como empreendedora, a senhora Benvinda da Silva também se destaca pela sua veia caridosa, realizando acções solidárias para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade. Ela acredita que actos de solidariedade e empatia são essenciais para construir uma sociedade mais igualitária e justa.
Durante a pandemia da Covid-19, que assolou o mundo e também o nosso país, ela distribuiu sopas, uma actividade que denominou "Sopa Solidária". Durante as quadras festivas, sempre que pode, organiza o "Natal Solidário” para pessoas vulneráveis.
Actos altruístas, na sua perspectiva, ajudam os outros, mas também a nós mesmos. "Quando temos atitudes que visam melhorar a vida de outra pessoa de alguma maneira, isso gera sentimento de gratidão e de dever cumprido e, consequentemente, nos torna mais felizes”, disse a "Tia Bev”, expressando um sorriso.
O percurso de Benvinda Bondo da Silva é um exemplo de superação, determinação e generosidade, que mostra como uma mulher empreendedora e comprometida com o bem-estar dos outros pode impactar positivamente a sua comunidade e contribuir para o desenvolvimento do país.
Acompanha, amanhã, a entrevista com a Sub-Comissária Helena Vaz de Almeida, segunda Comandante da Polícia Nacional do Bengo.
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